Título: Pedido de impeachment de Yeda é recusado
Autor: Souza, Carlos
Fonte: O Globo, 09/10/2009, O País, p. 9

Comissão da Assembleia aprova relatório pelo arquivamento, que segue para plenário, onde tucana tem maioria

PORTO ALEGRE. Ao fim de uma sessão tumultuada, a Comissão Especial da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul aprovou por 16 votos ¿ o mínimo necessário ¿ o relatório que propõe o arquivamento do pedido de impeachment da governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius (PSDB). O relatório seguirá para o plenário da Casa, onde Yeda também tem maioria.

Assim, o pedido de impeachment deverá ser derrotado.

Os deputados da oposição se retiraram da reunião e prometeram apresentar um relatório paralelo, além de ir à Justiça contra a sessão. Eles alegam que a bancada governista estava sendo integrada irregularmente pelo deputado Carlos Gomes, que recentemente trocou de partido (foi do PPS para o PRB) e não poderia estar na comissão. O relatório aprovado é de autoria de Zilá Breintenbach (PSDB), aliada de Yeda.

Prossegue na Assembleia Legislativa a CPI da Corrupção, que investiga irregularidades no governo. Yeda e outras pessoas são alvo de uma ação de improbidade administrativa que tramita na Justiça Federal sobre desvio de R$ 44 milhões do Detran.

A batalha entre governistas e oposicionistas na Assembleia foi antecedida pelo bloqueio da Rua Araruama, onde fica a casa da governadora, em Porto Alegre. O bloqueio da PM começou quarta-feira à noite e entrou pela madrugada, com o objetivo de evitar eventual manifestação de protesto e depredações, o que não ocorreu.

O secretário estadual da Transparência e da Probidade Administrativa, Francisco Luçardo, enviou à Comissão Especial documentação que comprovaria a legalidade de compras, com verba pública, de material de construção, móveis e câmaras de segurança para a casa de Yeda, que não mora na ala residencial do Palácio Piratini.

As compras, segundo o governo, totalizariam R$ 13 mil e estariam inventariadas no patrimônio público. Com o envio dos documentos, o governo procura responder à denúncia da oposição sobre as aquisições. Mas a presidente da CPI da Corrupção, Stela Farias, e o seu colega Daniel Bordignon, ambos do PT, entraram com representação no Ministério Público para que as compras sejam apuradas.

* Especial para O GLOBO