Título: Em Tocantins, deputados elegem novo governador
Autor: Guardiola, Graziela
Fonte: O Globo, 09/10/2009, O País, p. 9

Interino no cargo, Gaguim é mantido em eleição indireta

PALMAS. Depois de um mês como governador interino do Tocantins, Carlos Henrique Gaguim (PMDB) foi efetivado no cargo, em eleição indireta na Assembleia Legislativa que durou pouco mais de meia hora, ontem à noite. Tendo como vice Eduardo Machado (PDT), Gaguim obteve 22 dos 23 votos do colegiado e ficará no cargo até dezembro de 2010.

Houve uma abstenção, do deputado Toinho Andrade (DEM), que entrou com ação na Justiça eleitoral para tentar impugnar a candidatura de Gaguim. Raimundo Moreira, o único deputado do PSDB, que também questionou no Supremo Tribunal Federal (STF) a eleição indireta de ontem, acabou votando em Gaguim.

Ao assumir, promessa de enxugar a máquina

No discurso de posse, logo após a eleição, Gaguim voltou a falar de propostas audaciosas de governo, como a construção de dois hospitais e a entrega de uma ambulância para cada uma das 139 prefeituras no prazo de um ano, tempo em que deve permanecer à frente do governo. Também voltou a falar em enxugamento da máquina administrativa, que hoje tem quase 28 mil funcionários públicos, além de outros milhares de cargos de confiança.

Na tribuna do plenário, aliados tradicionais de Gaguim e do PMDB do ex-governador Marcelo Miranda ¿ cassado em setembro pelo Tribunal Superior Eleitoral ¿ reafirmam total apoio ao novo governo.

Dos 24 deputados da Assembleia, o único que não participou foi o próprio Gaguim.

Ele não quis se licenciar do cargo de governador interino.

Outros dois candidatos disputaram o cargo de governador: Adail Pereira, do PSDC, e Joaquim Rocha, do PHS.

Na interinidade, farta distribuição de cargos

O DEM protocolou na Assembléia Legislativa e no Tribunal Regional Eleitoral do Tocantins (TRE-TO) um pedido de impugnação da candidatura de Gaguim, alegando compra de votos ¿ enquanto esteve como interino, Gaguim distribuiu cargos para parentes e até para os próprios deputados estaduais, os únicos com direito a voto nestas eleições.

O pedido de impugnação foi rejeitado pelos deputados estaduais, na Assembleia. No TRE-TO, o juiz Nelson Coelho, relator da ação, devolveu o pedido ao DEM para ¿regularização de processo¿, por entender que a ação teria que ser encaminhada pelo partido, e não pelo deputado federal e presidente regional do DEM, João Oliveira.

(*) Especial para O GLOBO