Título: A temida mutação
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Fonte: Correio Braziliense, 16/05/2009, Mundo, p. 30

Tomadas as medidas emergenciais para conter com sucesso uma primeira onda devastadora da gripe A (H1N1), mais conhecida como gripe suína, a Organização Mundial da Saúde (OMS) trabalha agora com o médio prazo, torcendo pelo desenvolvimento de uma vacina contra o vírus o mais rápido possível. O problema é que o vírus causador da doença pode sofrer mais mutações nos próximos meses, tornando-se mais letal.

O fato é preocupante porque a segunda onda de avanço da epidemia poderia coincidir com o inverno rigoroso no Hemisfério Norte, neste fim de ano. Até lá, a OMS já deve contar com uma vacina capaz de reduzir a disseminação do H1N1, mas o alcance da epidemia ainda é incerto. Diante disso, a organização prefere trabalhar com o pior dos cenários para não ser pega de surpresa. Segundo o ministro da Saúde do México, José Angel Córdova, o H1N1 ¿é um vírus que tem alta capacidade de mutação, mais ainda que o vírus da Aids¿.

A OMS já alertou que até um terço da população mundial de 6,7 bilhões de pessoas poderia ser infectada pelo vírus em caso de pandemia. Nesse sentido, o desenvolvimento de uma vacina é essencial. Para chegar a uma fórmula eficaz, é necessário conhecer bem o DNA do vírus ¿ trabalho difícil em se tratando de um organismo que está em constante mutação. Por enquanto, Canadá e Reino Unido já confirmaram que seus cientistas conseguiram decifrar o código genético do H1N1.