Título: Cedidos aos distritais
Autor: Tahan, Lilian; Luiz Edson
Fonte: Correio Braziliense, 22/05/2009, Política, p. 9

Uma parte do desvio apontado em relatório da Controladoria-Geral da União está centralizada na Câmara Legislativa do DF. Na sede desse poder, trabalham atualmente 16 servidores cedidos pela Polícia Civil. Os funcionários que prestam assessoramento ao trabalho parlamentar são emprestados sem ônus para a Casa, ou seja, pagos com recursos da Polícia Civil, que por sua vez recebe repasse do Fundo Constitucional para quitar a folha de pagamento dos seus quadros.

Segundo a interpretação da CGU, nesse caso também há uma distorção, já que os servidores são remunerados com dinheiro da União, mas atuam para o Poder Legislativo local. A interpretação motivou uma cobrança no valor de R$ 10 milhões sugerida pela Controladoria à Polícia Civil. O dinheiro seria para compensar os pagamentos de salários dos servidores deslocados para a Câmara nos últimos três anos. Mas, além disso, a CGU exige que a partir de agora, a Câmara devolva os trabalhadores para suas bases ou que passe a arcar com as despesas desses contracheques.

A estimativa de custo anual para manter os 16 funcionários da Polícia Civil na Câmara Legislativa seria de R$ 2,6 milhões. Entre eles, há agentes de polícia, de penitenciária, escrivães, peritos e até papiloscopista, que atuam nas mais variadas funções do Legislativo. (LT e EL)