Título: Brasileira é acusada por MP suíço de forjar ataque
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Fonte: O Globo, 17/10/2009, O País, p. 12

Procuradores denunciam Paula Oliveira, que em fevereiro dissera ter abortado de gêmeos em atentado

ZURIQUE e RIO. Oito meses depois de dizer ter sofrido aborto dos filhos gêmeos ao ser atacada por neonazistas em Zurique, a brasileira Paula Oliveira foi ontem acusada formalmente por procuradores suíços de ter simulado o ataque.

Apesar da acusação, o Ministério Público não pediu que Paula seja presa, caso condenada.

O MP quer que ela pague fiança para ser liberada e depois arque com as custas do processo. Logo depois do episódio, a brasileira era considerada, pelos procuradores, ¿suspeita de induzir as autoridades suíças a erro¿. O código penal suíço prevê pena de prisão de até três anos para casos como este.

O posicionamento dos procuradores é mais um capítulo do polêmico caso, que criou um mal-estar diplomático entre o Brasil e a Suíça. A brasileira, que aos 26 anos vivia legalmente no país, contou à polícia de Zurique ter sido vítima de um ataque xenófobo.

Na barriga da brasileira, que disse estar grávida de gêmeos, estavam riscadas as iniciais de um partido de extrema direita suíço. No depoimento ao Ministério Público, Paula teria confessado a automutilação e também as declarações falsas à polícia. Após ver os resultados dos exames ginecológicos, Paula também teria admitido que não estava grávida.

A família da brasileira, procurada pelo GLOBO, não deu declaração ontem sobre o caso.

Os advogados de Paula chegaram a usar, como argumento de defesa, o fato de ela sofrer de lúpus ¿ doença inflamatória que provoca, além de sintomas físicos, distúrbios psicológicos.