Título: US$ 570 milhões em cotas de patrocínio para Olimpíadas
Autor: Rosa, Bruno
Fonte: O Globo, 17/10/2009, Economia, p. 27
Analistas preveem disputa acirrada
Enquanto as empresas preparam novas campanhas, o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) inicia nas próximas semanas as negociações para a vendas das cotas dos patrocinadores locais ¿ que serão divididos em três níveis. A expectativa é de uma arrecadação de US$ 570 milhões. Para a Copa do Mundo de 2014, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) vai oferecer seis cotas de patrocínio local, com valores entre US$ 40 milhões e US$ 80 milhões cada.
¿ A disputa será grande. Há espaço para vários setores.
Uma menção ao evento já vai trazer benefício às empresas ¿ afirma Gustavo Bastos, da agência 11/21.
No caso da Copa do Mundo, o Itaú pagou US$ 45 milhões por uma das cotas, que ainda estão em aberto. Para os Jogos Olímpicos de 2016, especulase que Petrobras, Correios, Embratel e AmBev estejam interessadas em apoiar o evento.
Os eventos contam com projetos de licenciamento. O COB acredita que as empresas ¿ de 28 segmentos ¿ vão despender US$ 50 milhões. Do total, US$ 5 milhões são as licenças para as lojas exclusivas dos Jogos.
¿ Essa antecipação representa uma mudança importante de cultura no país, gerando emprego em todos os níveis do marketing e da comunicação ¿ avalia Pedro César Queiroz, vice-presidente de Operação do Grupo ABC.
É dessa forma que a Coca-Cola Brasil, patrocinadora dos Jogos desde 1928 e da Copa há 59 anos, quer se consolidar em um novo tamanho com os dois eventos.
¿ Haverá muito investimento.
Vamos mudar de patamar expressivamente.
Haverá um foco maior no Brasil ¿ acredita Marco Simões, vice-presidente de Comunicação e Sustentabilidade da Coca-Cola Brasil.
Aposta semelhante tem a Adidas, que, hoje, só não fornece material esportivo para o hipismo.
Segundo Paulo Ziliotto, gerente de comunicação da empresa, em cada edição há uma evolução dos produtos, através da inovação. Até agora, no Rio 2016, Atos Origin, Panasonic, Omega, Coca-Cola e Samsung são os patrocinadores internacionais, segundo o Comitê Olímpico Internacional (COI).
Especialistas acreditam que será necessário criatividade para quem ficar de fora das cotas de patrocínio.
Peter Siemsen, sócio e advogado da Dannemann Siemsen, explica que, com a Lei do Ato Olímpico, não será possível fazer peças alusivas à competição, com uso de símbolos e expressões: ¿ Pode apenas fazer uma homenagem à cidade e, ainda sim, de forma descritiva, sem que essas peças sejam atreladas à venda de produtos e aos Jogos. (B.R.)