Título: Abusos na verba de transporte e alimentação
Autor: Paul, Gustavo
Fonte: O Globo, 19/10/2009, O País, p. 3

Entre os abusos constatados nos levantamentos feitos até agora há uma auditoria específica sobre o pagamento do auxílio-transporte para o funcionalismo, que aponta a possibilidade de economia de R$1 milhão ao mês (R$12 milhões ao ano). Este benefício custa R$25,2 milhões por mês e atende 379.963 servidores, que deveriam ganhar no máximo R$440 mensalmente. Mas os auditores descobriram que 5.430 servidores recebiam esse benefício em valores acima de R$440 ao mês. Desses, 580 ganhavam mais de R$1 mil, transformando o auxílio-transporte em um auxílio-táxi. Em janeiro deste ano, um servidor recebeu R$3.464 para se deslocar até o local de trabalho. Agora, quem recebe mais de R$440 terá de se recadastrar, apresentando comprovante de residência e da conta bancária.

Em setembro, outra auditoria detectou pagamentos irregulares feitos em agosto para 250 servidores ativos e 220 aposentados e pensionistas da Universidade Federal do Acre, que tem 1.700 servidores. O demonstrativo da despesa de pessoal identificou um pagamento a mais de R$3 milhões: a folha pulou de R$7,8 milhões, em julho, para R$10,9 milhões. Os quatro servidores que operavam o sistema de pagamento foram suspensos e o processo foi encaminhado à Polícia Federal e ao Tribunal de Contas da União.

O pente-fino descobriu também grupo de servidores da Imprensa Nacional que recebia em duplicidade dois tipos de gratificação. A correção levou a uma economia de R$3,7 milhões ao mês. Outros 400 funcionários recebiam auxílio-alimentação duas vezes ou em valor acima do normal. Assim, o governo conseguiu reduzir o pagamento em R$630 mil ao ano e teve R$3,5 milhões restituídos.

Ainda será revisto o processo para identificar servidores mortos, resultando em economia anual de até R$7,8 milhões.