Título: Aécio mantém viagens, mas desiste de licença
Autor: Vasconcelos, Adriana; Weber, Demétrio
Fonte: O Globo, 23/10/2009, O País, p. 5

Governador mineiro afirma que deverá cumprir agenda conjunta com o também tucano José Serra

BELO HORIZONTE. O governador de Minas Gerais e pré-candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, não vai mais se licenciar do cargo para viajar em busca de apoios pelos estados.

Em entrevista ontem no Palácio da Liberdade ¿ durante lançamento de campanha para valorização da pessoa idosa, que teve a participação do cantor Zezé di Camargo e do jogador do Corinthians Ronaldo ¿, disse que não cogita mais a ideia, mas deve cumprir agenda conjunta de viagens ao lado do governador de São Paulo, José Serra, que disputa com ele a vaga de candidato em 2010.

O objetivo é dar uma demonstração de unidade entre os dois presidenciáveis, depois que o mineiro pressionou a cúpula tucana para escolher logo quem concorrerá com a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), e expôs suas divergências com Serra.

A proposta partiu do grupo de Aécio, que considera positivo o desempenho do mineiro em encontros regionais com Serra. Semana que vem, o secretário-geral do partido, Rodrigo de Castro, ligado ao governador de Minas, deve se reunir com o presidente nacional do PSDB, o senador Sérgio Guerra (PE), para definir o cronograma das visitas.

Os estados do Norte e do Nordeste, onde o presidente Lula tem mais força e os tucanos precisam crescer, serão priorizados.

Inicialmente, estão programadas visitas a Salvador e Teresina. O mineiro tem também um compromisso marcado para 14 de novembro em Alagoas.

Ontem, Aécio minimizou pesquisa encomendada ao Ibope por militantes de seu partido, na qual, como vice de Serra, ele não acrescentaria votos à chapa tucana. Sem ou com o governador mineiro, o paulista teria 41% da preferência do eleitorado.

¿ O partido não jogaria dinheiro fora fazendo uma pesquisa, cogitando a minha presença como candidato a vicepresidente da República. Esta possibilidade, simplesmente, não existe ¿ reagiu Aécio.