Título: Renda média tem alta de 0,6%, para R$ 1.346
Autor: Ribeiro, Fabiana
Fonte: O Globo, 23/10/2009, Economia, p. 33

Melhora reflete inflação baixa e reajuste do salário mínimo

Os ganhos dos trabalhadores continuaram em expansão em setembro. A alta foi de 0,6% frente a agosto, para R$ 1.346,70. Na comparação com setembro de 2008, a expansão foi de 1,9%. Já a massa salarial (soma dos rendimentos efetivamente obtidos por todos os trabalhadores) avançou 1,4% no mês e 2,2% no ano.

¿ O poder de compra cresceu mais uma vez. O rendimento já se aproxima dos níveis de 2002 ¿ acrescentou Azeredo, frisando que os reajustes no salário mínimo contribuem para esses avanços, além da inflação baixa.

Na avaliação do economista Rafael Yamano, economista do Banco Fator, como a taxa de desemprego atingiu o mesmo patamar de setembro do ano passado ¿ marco do início da crise financeira ¿ os dados do IBGE trazem uma leitura positiva, num primeiro momento.

¿ Mas o número pode ser enganoso. Há uma situação de desalento (menos pessoas procurando emprego), o que não havia em setembro no ano passado.

E o estoque de população ocupada está desacelerando ¿ disse Yamano, que prevê taxa de desemprego em outubro superior à de setembro.

Rendimento em expansão sustenta mercado interno Segundo Roberto Gonzalez, da Coordenação de Trabalho e Renda do Ipea, a atual taxa de desemprego confirma a saída do mercado de trabalho da crise.

O especialista acredita num crescimento sustentado do emprego até o fim do ano e não descarta a possibilidade de encerrar 2009 com um saldo de um milhão de empregos criados.

Outro dado positivo referese, para ele, ao rendimento e à massa salarial, que seguem em crescimento ¿ pilares que sustentam o mercado interno.

¿ O lado preocupante, contudo, se concentra no aumento da informalidade. Mas é muito cedo para falar num quadro de piora no mercado de trabalho, já que isso está bastante relacionado com o comportamento de São Paulo.

Para João Carlos Gomes, coordenador do Núcleo de Economia e Pesquisa da FecomércioRJ, os dados do IBGE mostram que a recuperação da atividade é sustentada.

¿ As perspectivas são ainda melhores para os próximos meses, visto que, costumeiramente, as festividades de fim do ano contribuem para o recuo da taxa de desemprego, que tende a fechar o ano abaixo do patamar de dezembro de 2008, quando foi 6,8%. E a recuperação tem se dado sem o risco de pressões inflacionárias, diante da ociosidade da capacidade produtiva e da apreciação do câmbio.

Gomes destaca ainda que, na Região Metropolitana do Rio, a taxa de desocupação ficou em 5,5%, o menor patamar para um mês de setembro desde o início da série.

(Fabiana Ribeiro)