Título: PT quer aproximar Dilma de movimentos sociais
Autor: Franco, Bernardo Mello
Fonte: O Globo, 24/10/2009, O País, p. 12

Encontro será hoje e amanhã, em SP

SÃO PAULO. O PT inicia hoje uma tentativa de melhorar sua relação com movimentos sociais como o MST e construir uma ponte entre esses movimentos e a pré-candidata do partido à Presidência, Dilma Rousseff.

¿ A relação com os movimentos sociais faz parte da história do PT e tem que se intensificar. Com o governo Lula crescemos na institucionalidade e deixamos um pouco de lado a agenda dos movimentos ¿ disse o secretário de Movimentos Sociais do PT, Renato Simões.

O partido espera reunir representantes de 60 movimentos e 40 petistas no 2oColóquio PT e os Movimentos Sociais, hoje e amanhã, em São Paulo. Além da própria Dilma, está prevista a presença de outros três ministros, Paulo Vannuchi (Direitos Humanos), Celso Amorim (Relações Exteriores) e Luiz Dulci (Secretaria Geral da Presidência), além do chefe de gabinete de Lula, Gilberto Carvalho. O ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, não estará presente.

¿ Infelizmente, o governo Lula não vai ter em seu legado a realização da reforma agrária ¿ disse João Paulo Rodrigues, integrante da coordenação nacional do MST, que vai dividir com Car valho e com o presidente da CUT, Artur Henrique, a mesa ¿O legado do governo Lula¿.

Segundo Simões, os movimentos serão convidados a apresentar sugestões para o programa de governo de Dilma, o que não significa que participarão da elaboração do programa ou da coordenação da campanha.

¿ Todo mundo foi convidado para discutir o programa.

A ideia é construir posições comuns.

A relação, principalmente com o MST, está desgastada pelas ações radicais do movimento. Há duas semanas, Lula chamou de vandalismo a destruição de pés de laranja em uma fazenda da Cutrale no interior de São Paulo. Para Simões, o fato de o movimento ser alvo de uma CPI não afasta o MST do PT.