Título: Projeto de Aécio reduz jornada de servidor
Autor: Jungblut, Cristiane; Gois, Chico de
Fonte: O Globo, 04/11/2009, O País, p. 8

Governo diz que sede do Executivo ficará mais longe e que funcionários têm de se adaptar

BELO HORIZONTE. O governo de Minas promete economia anual de R$ 85 milhões com a transferência de seus principais órgãos para a Cidade Administrativa, em construção na Região Norte de Belo Horizonte, mas poderá perder em produtividade.

Emenda do governador Aécio Neves (PSDB) enviada ontem à Assembleia Legislativa prevê redução da jornada de trabalho dos funcionários em 2010, ano eleitoral.

A justificativa é compensar o tempo perdido no deslocamento, pois os novos prédios são distantes do Centro.

Cerca de 16 mil servidores serão transferidos para o local, a 18 quilômetros do Centro. Pela proposta, a permanência em serviço poderá ser reduzida em 25% para quem trabalha 40 horas semanais (oito diárias). Os salários serão mantidos.

O texto foi encaminhado ao Legislativo depois de audiência na qual os servidores reclamaram de incertezas sobre a transferência.

O governo não informou como o corte da jornada será compensado nem quantos funcionários seriam beneficiados.

Mas ponderou que o projeto só será levado adiante se houver necessidade e valerá só para 2010. No ano seguinte, os servidores teriam tido tempo de testar o melhor esquema de transporte. Secretarias e demais órgãos teriam como ajustar horários. Aprovada a emenda, detalhes serão regulamentados por decreto.

¿ Trata-se de medida preventiva. Por ter caráter provisório, não haverá prejuízo para o estado. As metas de produtividade não serão alteradas ¿ diz a secretária de Planejamento e Gestão, Renata Vilhena.

Atualmente, as unidades administrativas estão espalhadas por diversos prédios na área central. Projetada por Oscar Niemeyer, a Cidade Administrativa está sendo erguida no Bairro Serra Verde, a caminho do Aeroporto Internacional de Confins. Custará mais de R$ 1 bilhão. O Palácio da Liberdade sustenta que haverá redução de despesas com aluguéis, transporte, manutenção e novos serviços. A Governadoria e a Vice-Governadoria, além das secretarias de Governo e Planejamento, devem ser transferidas em janeiro. Os demais órgãos vão se instalar em etapas.