Título: Servidor leva esquema para Uerj
Autor: Amora, Dimmi; Araújo, Vera
Fonte: O Globo, 05/11/2009, Rio, p. 15

De acordo com o subchefe operacional de Polícia Civil, delegado Carlos Oliveira, a Operação Monopólio começou após uma desconfiança da Comissão de Licitação do órgão sobre um possível rodízio de concorrentes. As primeiras obras suspeitas eram as reformas da 51ª DP (Paracambi) e a de dois andares da sede da Polícia Civil. Segundo Oliveira, esta é a primeira operação do órgão de apoio no combate à corrupção que também vai atuar contra o tráfico de drogas.

¿ O laboratório também vai nos ajudar a combater a lavagem no tráfico de drogas e armas. Nossa visão institucional agora é esta ¿ contou o delegado.

De acordo com os policiais, durante as investigações, um funcionário público cedido à Polícia Civil e que trabalhava na área de engenharia saiu do órgão e foi para a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). A partir de então, as empresas deste grupo começaram a ganhar várias obras dentro da universidade.

As gravações também mostram corrupção em órgão federais. Numa delas, os representantes da OCP e da Nobilis falam sobre um pregão eletrônico, na Infraero, para o fornecimento de adesivos. O dono da Nobilis diz que perdeu a concorrência para uma empresa paulista, mas conseguiu convencer o segundo colocado ¿ que tinha preço menor ¿ a desistir da disputa, pagando propina. O preço final da concorrência ficou em R$201 mil e, segundo ele, seu lucro seria de R$80 mil neste contrato.