Título: Em 2009, chuvas vão garantir abastecimento
Autor: Rosa, Bruno; Ribeiro, Fabiana
Fonte: O Globo, 10/11/2009, Economia, p. 19

BRASÍLIA e RIO. As chuvas intensas de 2009 vão garantir o abastecimento de energia elétrica do fim deste ano ¿ período no qual vai se consolidar o ritmo acelerado de expansão da economia nacional ¿ e de 2010. Segundo avaliações dos técnicos do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), com os reservatórios praticamente cheios no fim de novembro, o fornecimento de energia está assegurado para todas as regiões do país.

Até o último domingo, dia 8, o nível dos reservatórios das usinas hidrelétricas na região Sudeste/ Centro-Oeste estava em 68,81%; na Região Sul, em 94,85%; na Nordeste, em 63,10%; e na Norte, em 47,13%. Apenas abaixo de 20% há indicação de risco de apagões e racionamento.

O regime dos reservatórios é anual, explica a área técnica do ONS, porque a capacidade de armazenamento não vem aumentando, e o consumo de energia não para de crescer nos últimos anos. A não ser em um ano excepcionalmente úmido, como 2009, sempre haverá necessidade da utilização de geração das térmicas. O custo das usinas termelétricas para o país é de R$ 1 bilhão por ano, para o pagamento do combustível.

No entanto, quatro grandes empreendimentos deverão entrar em operação nos próximos anos para garantir o abastecimento de energia do país. Um delas é a usina nuclear de Angra 3, que poderá gerar 1.405 megawatts (MW) por ano a partir de maio de 2015. As usinas do Rio Madeira, em Rondônia ¿ Santo Antonio e Jirau ¿, com quase 6.500 MW de potência e a usina de Belo Monte, no Rio Xingu (PA), completam o quarteto. Esta será licitada em 21 de dezembro.

Portanto, a falta de energia que em algumas regiões do Rio se devem provavelmente a falhas no sistema de transmissão das distribuidoras, dizem especialistas.

Tanto Furnas, responsável por mais de 40% da energia gerada no país, como especialistas garantiram ontem que o sistema de geração elétrico brasileiro está operando sem problemas.

¿ O que está acontecendo no Rio é problema com as distribuidoras.

Elas estão com nível de rentabilidade alto, então, pergunto se as empresas estariam se apropriando dessa receita em vez de investirem na rede de distribuição ¿ disse Nivalde de Castro, coordenador do Grupo de Estudos do Setor Elétrico do Instituto de Economia da UFRJ .