Título: Brigadeiro Nicácio ataca Anac
Autor: Rocha, Leonel
Fonte: Correio Braziliense, 23/05/2009, Brasil, p. 15

Rebatendo críticas, presidente da Infraero divulga carta afirmando que a crise aérea de 2007 deveu-se à inoperância da agência e por ¿erro ou omissão¿ de sua diretoria. Nicácio: irritação com críticas feitas pela Anac em relatório Em carta distribuída aos funcionários da empresa em todo o país, o presidente da Infraero, brigadeiro Cleonilson Nicácio, classificou de ¿inverídico¿ e ¿sem base técnica¿ o Relatório de Desempenho Regulatório 2008, elaborado pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e divulgado em março passado. Com termos duros, o dirigente da estatal responsável pela gestão dos 67 aeroportos federais no país refuta as críticas feitas à empresa no documento. ¿É preocupante que um relatório oficial da agência reguladora apresente informações distorcidas, sem a necessária preocupação de demonstrar sua veracidade¿, diz a carta.

A assessoria da Infraero informou que o texto só foi distribuído na quarta-feira passada. O ministro da Defesa, Nelson Jobim, e o secretário de Aviação Civil, brigadeiro Jorge Godinho, não receberam o comunicado. Até ontem à tarde, a diretoria da Anac também não conhecia a carta, divulgada com gráficos para contestar as conclusões do relatório da agência. Nicácio contesta as análises e conclusões da Anac sobre a crise aérea de 2007. ¿Afirmar que a infraestrutura aeroportuária foi responsável pela chamada crise aérea é distorcer a verdade dos fatos¿, escreve.

No texto, o brigadeiro devolve as críticas à infraestrutura aeroportuária feitas pela agência e diz que a crise aérea deveu-se mais à inoperância da Anac do que ao funcionamento dos aeroportos. ¿Observaram-se diversas falhas na atuação da Anac, sendo que muitos problemas ocorreram por erro ou omissão daquela agência¿, rebate Nicácio. E prossegue: ¿Nenhum evento ocorrido ao longo da crise decorreu da insuficiência de infraestrutura, a não ser o acúmulo de passageiros nos aeroportos, em função do fechamento do espaço aéreo em mais de uma ocasião e do excesso de vendas de passagens¿.