Título: Farmacêuticas em crise
Autor: Vaz, Viviane
Fonte: Correio Braziliense, 23/05/2009, Mundo, p. 28

Outro setor que enfrenta problemas na Venezuela é o farmacêutico. Segundo o presidente da Federação Farmacêutica Venezuelana, Edgar Salas, o atraso na entrega de dólares por parte do governo mantém a indústria em xeque e pode levar a uma escassez de medicamentos ainda pior que a já existente no país. Há um atraso de 120 dias na entrega das divisas, que servem para a compra da matéria-prima usada na fabricação dos produtos. ¿A Venezuela não produz muitos produtos e não vai produzi-los de um dia para o outro. Estamos em perigo com a gripe suína e, neste momento, não temos capacidade de enfrentar uma pandemia¿, disse na semana passada.

O governo da Venezuela tem vendido dólares à taxa de câmbio oficial de 2,15 bolívares para a farmacêutica norte-americana Pfizer, enquanto outras companhias têm dificuldade para comprar a moeda a esse valor. Mesmo com o benefício, diante do cenário de nacionalizações em vários setores, a empresa americana decidiu fechar um de seus laboratórios no país, na cidade de Valência.

Indignado com a atitude, o ministro do Comércio, Eduardo Saman, vai pedir a Chávez que o governo assuma temporariamente as operações locais da farmacêutica. ¿Eles não podem nos pagar de volta com o fechamento de uma fábrica¿, reclamou Saman. ¿Estamos muito preocupados, porque naquela fábrica são produzidos remédios essenciais e necessários para o país.¿

Numa tentativa de melhorar a imagem e a atividade do setor, Chávez inaugurou no último domingo uma planta estatal de produção, chamada Serviço Autônomo de Elaborações Farmacêuticas (SEFAR), e de lá transmitiu seu programa de TV Alô Presidente. As matérias-primas para a produção na nova fábrica inicialmente virão de Índia, China, Suécia e Alemanha.