Título: ONS já estuda rotas alternativas de energia para abastecer SP e Rio
Autor: Ordoñez, Ramona
Fonte: O Globo, 13/11/2009, Economia, p. 33

Estados são grandes consumidores e foram os mais prejudicados

O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) já está estudando a adoção de uma rota alternativa da energia vinda da usina de Itaipu para os estados do Rio de Janeiro e São Paulo, que foram os mais afetados pelo blecaute da última terça-feira. A informação foi dada por uma fonte técnica do setor ao explicar que os dois estados foram os mais prejudicados por consumirem um elevado volume de energia fornecida por Itaipu.

Segundo o técnico, a construção das atuais três linhas de transmissão em corrente alternada para levar a energia de Itaipu ao Sudeste já sinalizava no passado a decisão de melhorar a confiabilidade do sistema, principalmente nos dois estados. O sistema, explicou, foi feito para continuar operando normalmente no caso de uma das linhas falhar. Em alguns casos excepcionais, o sistema pode suportar até a saída de duas linhas.

¿ Nunca se imaginou a saída das três juntas. O consumo de energia de Itaipu nesses estados é tão grande que não conseguimos fazer o isolamento, o que funcionou em outras regiões, como Nordeste e Sul ¿ explicou o técnico.

`Somos campeões¿, afirma diretor do órgão Eduardo Barata, diretor de Operação do ONS, disse que, em comparação a blecautes em outros países, o Brasil é ¿campeão¿ no religamento da energia: ¿ Obviamente, não é uma boa resposta, mas o tempo de recomposição para o distúrbio dessa ordem de grandeza, se formos comparar com episódios ocorridos no exterior, vamos ver que somos campeões.

Nossa resposta é muito melhor.

No Sudeste, os sistemas do ONS conseguiram isolar algumas regiões como parte do estado de Minas Gerais, que passou a ser suprido pela energia gerada por usinas hidrelétricas dos rios Grande e Paranaíba.

Os técnicos do ONS estudam a possibilidade de construir um caminho alternativo para transmitir parte da energia de Itaipu para o Sudeste, totalmente independente das atuais três linhas de corrente alternada. Desse modo, a energia seria interligada com outras linhas independentes.

Outra possibilidade para aumentar a confiabilidade do sistema seria construir uma quarta linha, mas essa opção, por ser muito cara, está inicialmente descartada.

Segundo o técnico do ONS, a análise detalhada das causas do blecaute resultará em novos procedimentos para elevar a confiabilidade do sistema