Título: Nomeação com apoio de dona Marisa
Autor: Brígido, Carolina
Fonte: O Globo, 18/11/2009, O País, p. 4

Lewandowski, conhecido pela diplomacia, assumiu STF em 2006

BRASÍLIA. Em abril de 2010, aos 61 anos, o ministro Ricardo Lewandowski assumirá a presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e, com isso, comandará as eleições para governadores, deputados estaduais, deputados federais, senadores e o presidente da República. Ele foi nomeado para o Supremo Tribunal Federal (STF) em 2006, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A ideia de pôr Lewandowski na mais alta corte do país foi da mulher de Lula, Marisa Letícia, que é amiga da mãe do ministro, Karolina.

As duas se conheceram em São Bernardo do Campo (SP), onde Lewandowski foi criado. O ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos, principal conselheiro nas nomeações de Lula para o Judiciário, deu o aval ao candidato.

No fim da década de 60, enquanto Lula lutava contra a ditadura, Lewandowski era militar. Em 1967, formou-se no Curso Preparatório de Oficiais da Reserva de São Paulo. Fez estágio no 17º Regimento de Cavalaria de Pirassununga (SP) em 1968. Em 1973, formou-se na Faculdade de Direito de São Bernardo do Campo.

Em 1980, concluiu o mestrado na USP. Dois anos depois, concluiu o doutorado na mesma instituição, de onde se tornou professor. Antes de chegar ao STF, foi advogado e desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo.

Lewandowski é conhecido pela diplomacia no trato com os demais ministros. Avesso a discussões com os colegas, ele costuma tentar acalmar os ânimos nos bastidores quando ocorre algum bate-boca. Agiu assim na última vez que Joaquim Barbosa e Gilmar Mendes trocaram ofensas em plenário, no início do ano.

Em 2007, o próprio Lewandowski encontrou-se numa situação complicada. O GLOBO flagrou e publicou uma troca de mensagens eletrônicas entre ele e a ministra Cármen Lúcia comentando como votariam no julgamento do mensalão.

Antes de escrever seus votos, Lewandowski costuma ouvir a opinião dos colegas e de seus assessores. Ele relatou a súmula do STF que proibiu o nepotismo em todas as esferas do poder público.