Título: Fichas-sujas: movimento cobra de Temer pressa na votação de projeto
Autor: Braga , Isabel
Fonte: O Globo, 20/11/2009, O País, p. 10

BRASÍLIA. Integrantes do Movimento de Combate a Corrupção Eleitoral (MCCE) pediram ontem ao presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), que apresse a votação do projeto que veta a candidatura dos políticos com condenação na Justiça.

Os integrantes estão preocupados com a paralisia na tramitação da proposta entregue há quase dois meses e acreditam que há desconhecimento sobre seu teor, o que vem gerando resistência por parte de deputados.

O secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Dimas Lara, apelou para que a proposta seja debatida e incluída na pauta da Casa ainda este ano: ¿ O mais importante é que o projeto comece a ser discutido.

Temer foi muito acolhedor, ponderou o acúmulo da pauta da Câmara e disse que irá conversar com os líderes. Tenho acompanhado pela mídia a resistência à proposta, mas o projeto não é contra o Parlamento, é a favor da sociedade e da dignidade do trabalho parlamentar.

O projeto de iniciativa popular foi entregue com 1,3 milhão de assinaturas. Está tramitando com outro projeto de teor semelhante, que já passou pelas comissões e está pronto para ir a plenário. Não está, porém, entre as prioridades dos líderes e dificilmente será votado este ano.

O texto encontra resistência porque propõe que não se conceda registro de candidatura a políticos que tenham sido condenados em primeira instância, por crimes graves, como crimes contra a vida e contra a administração e patrimônio públicos.

Para Temer, é preciso um mínimo de entendimento, para evitar desgaste maior para a Casa: ¿ Temos que acertar um projeto definitivo a ser levado a plenário e aprovado. Seria ruim para a Câmara levar um projeto desses e ele ser derrotado.

Em todos os partidos, ninguém quer apressar a votação. O líder do PT, Cândido Vaccarezza, diz que há outras prioridades e propõe mudanças no projeto.

¿ Temos uma resolução interna de vetar candidaturas (dos que têm condenações).

Mas na ordem do dia estão présal e aposentados ¿ alega o líder do DEM, Ronaldo Caiado.