Título: Dilma admite efeito eleitoral de filme
Autor: Perboni, Juraci
Fonte: O Globo, 24/11/2009, O País, p. 4
Mas diz que não se pode medir peso de obra sobre história de Lula em 2010
Especial para O GLOBO
FLORIANÓPOLIS.A ministra da Casa Civil e pré-candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, admitiu ontem que o filme ¿Lula, o Filho do Brasil¿, sobre a história do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, poderá influenciar nas eleições de 2010. Mas disse acreditar que não há como avaliar o peso disso.
¿ Pode ter efeito na eleição sim. Pode ter um fator de comoção maior ou menor.
O mais forte não é isso, mas a obra dele. Ter atendido aos interesses da população.
Agora, isso não podem tirar de mim. Represento a continuidade do governo Lula se for a escolhida, ou outra pessoa do PT. Não acredito que seja assim a transferência de voto, pois não se pode supor que a população não tenha capacidade de racionar por si mesma ¿ disse à rádio CBN de Florianópolis.
E destacou que não considera o lançamento do filme no começo de janeiro, ano eleitoral, proposital para influenciar na eleição.
¿ Acho a história do presidente Lula fantástica. É normal que, no fim do mandato, isso ganhe relevância. A história em si é comovente, é muito forte: um retirante do Nordeste vira operário, funda um partido e vira presidente da República.
A gente não pode atribuir à mensagem a responsabilidade disso.
Em seminário sobre o pré-sal na Assembleia Legislativa e Santa Catarina, a ministra tentou corrigir um equívoco que cometera um dia antes, dizendo que não se fez entender quando afirmou que Rio de Janeiro e São Paulo teriam ficado sem árvore de Natal por causa do apagão de 2001 e de 2002.
¿ E eu me referi à árvore de Natal também lá de Porto Alegre. Infelizmente não fui entendida, eu estava fazendo uma figura de retórica.
Apagava a Petrobras e a gente trabalhava à luz de velas. Cansei de ir lá e trabalhar à luz de velas. O que disse foi que o racionamento lá não pegou integralmente o mês de dezembro.
Caso se estivesse falando em racionamento não teria nem a árvore de Natal acesa.
Seria escandaloso, se a casa não tivesse luz elétrica e tivesse uma baita árvore de Natal na esquina.
A ministra disse que o PT não deve impor seus candidatos na aliança com o PMDB nos estados, dizendo que as características regionais devem ser respeitadas.
¿ Cada estado tem uma realidade, e não adianta impormos goela abaixo uma aliança se ela não é bem aceita. Os líderes têm uma história, e não pode chegar alguém lá de cima e ditar uma regra. Isso não é uma atitude respeitosa e não seria nem um pouco democrático. O que o presidente falou diante da hipótese de ter dois palanques é que fica difícil, uma brigalhada só, a não ser que seja um acordo explícito. Não cabe a mim dizer como vai ser resolvido o conflito local entre partidos.
Acho que tem que olhar na oportunidade da eleição.