Título: Simon defende inelegibilidade de condenados
Autor: Vasconcelos, Adriana
Fonte: O Globo, 21/11/2009, O País, p. 4

Sociedade deve se mobilizar por projeto de lei, diz senador

BRASÍLIA. O senador Pedro Simon (PMDB-RS) defendeu ontem a mobilização da sociedade e da classe política, como nos tempos das Diretas Já, da Constituinte e dos caras-pintadas, para aprovação do projeto de iniciativa popular que impede a candidatura de políticos com condenação na Justiça. Para Simon, nos últimos tempos o Brasil se preocupou muito em conhecer o eleitor, mas não se preocupa em conhecer a conduta ética e moral dos que elege.

¿ Grandes nações olham para o sistema eleitoral brasileiro.

Perfeito. Voto depositado, voto apurado. Nenhuma fraude. Mas o Brasil não se preocupou, no mesmo passo, em conhecer os eleitos. Voto apurado, no sentido de contado. Eleito nem sempre apurado no sentido de requintado.

Ou de escolhido por (ser) o melhor ¿ disse.

¿Impunidade é usada para alcançar imunidade¿ Simon disse que a mobilização que gerou 1,3 milhão de assinaturas de apoio à proposta entregue há dois meses ao Congresso deve ser valorizada. Lembrou que emenda de sua autoria, com teor semelhante, foi rejeitada pela Câmara durante a votação da reforma eleitoral.

¿ Foram mais de um milhão os que aderiram ao projeto.

Uma lufada de ética em muitos que serão, aprovada a lei, alcançados por ela. Para ingressar no serviço público há que se comprovar conduta ilibada. E não se faz negócio com quem tem passado que se possa condenar ¿ disse Simon. ¿ Entretanto, não é assim quando se trata de um candidato a traçar os caminhos da política brasileira. Ao contrário, o manto da impunidade é usado nas eleições para se alcançar a imunidade.