Título: Doze horas depois da operação da PF, Arruda exonera assessores
Autor: Paul, Gustavo
Fonte: O Globo, 28/11/2009, O País, p. 4
Governador tenta associar fatos à gestão anterior, de Joaquim Roriz (PSC)
BRASÍLIA. Atordoado com a Operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal, o governo do Distrito Federal levou quase 12 horas para esboçar a primeira reação. No início da noite, a assessoria do governador José Roberto Arruda (DEM) anunciou a exoneração do secretário de Relações Institucionais do GDF e ex-delegado da Polícia Civil, Durval Barbosa. Também foram afastados até o fim das investigações o secretário de Educação, José Luiz Valente, o chefe da Casa Civil, Jose Geraldo Maciel, o chefe de gabinete de Arruda, Fábio Simão, e o assessor de imprensa Omézio Pontes.
Sem comentar as investigações, Arruda passou o dia em reuniões de emergência com correligionários e adotou como estratégia tentar dividir o desgaste com a administração anterior, de seu adversário Joaquim Roriz (PSC). Segundo sua assessoria, a operação "parece que se refere a fatos que começaram no governo passado e podem ter tido continuidade". De fato, Barbosa estava sendo investigado em outro caso de corrupção, revelado pela Operação Megabyte, ainda na gestão de Roriz.
Assessoria não comenta suposta propina de R$400 mil
A assessoria do governo não quis comentar as informações do inquérito de que Arruda teria sido filmado recebendo uma propina de R$400 mil. O argumento é que até a noite de ontem o governo ainda não tinha tido a oportunidade de estudar o conteúdo do processo. A assessoria ressaltou que "o governo está ajudando e vai ajudar em todas as investigações".
Segundo integrantes do governo do DF, Durval Barbosa era um dos principais assessores de Joaquim Roriz. Apesar de estar envolvido em outros escândalos, como irregularidades na terceirização de serviços prestados pelo Instituto Candango de Solidariedade (ICS), Barbosa entrou no governo do DEM por ter participado financeiramente da campanha eleitoral de Arruda. O secretário de Educação negou que tenha recebido dinheiro e divulgou nota dizendo-se à disposição da PF "para o que for necessário". O assessor de imprensa, Omézio Pontes, e o deputado distrital Rogério Ulisses (PSB), também envolvido nas investigações, afirmaram ter entregue todos os documentos pedidos. O deputado Pedro do Ovo (PRP) negou ter recebido propina.