Título: Clientes do Leblon falam alto, diz vice-presidente
Autor: Grandelle, Renato
Fonte: O Globo, 28/11/2009, Rio, p. 16

Investimentos em 2010 devem somar R$700 milhões

SÃO PAULO. O vice-presidente executivo e de Relações com Investidores da Light, Ronnie Vaz Moreira, minimizou ontem os apagões em bairros como Leblon e Ipanema, no Rio. Mas admitiu que a Light estuda rever o seu plano de contingência para o próximo verão, o que pode envolver a antecipação de novos investimentos.

Ao participar de evento organizado pela Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais de São Paulo (Apimec-SP), Moreira, repetindo o presidente da Light, José Luiz Alquéres, afirmou que o problema do apagão ganhou maior dimensão porque afetou ¿o coração da Zona Sul¿ do Rio, onde os clientes ¿falam alto¿:

¿ Nada justifica o apagão. Mas foram cerca de 12 mil pessoas num universo de quatro milhões. Mas são clientes do coração da Zona Sul, são 12 mil que falam alto.

Problemas acontecem em momento de reestruturação

O executivo voltou a dizer que o problema foi provocado por uma ¿combinação de fatores¿, como elevação da temperatura nos últimos dias e o furto de cabos e outros equipamentos. Neste sentido, a empresa estuda rever seu plano de emergência para os meses de verão.

¿ Como o aumento da temperatura veio antes do previsto e com maior intensidade, estamos revisando o nosso plano.

Os problemas no fornecimento de energia acontecem no momento em que a Light discute a reestruturação do seu bloco de controle, a Rio Minas Energia (RME). Para analistas do setor, o movimento pode ser o primeiro passo da Cemig para ampliar sua participação na distribuidora de energia. Perguntado sobre isso, Moreira afirmou que não tinha detalhes da negociação nem prazo para sua conclusão.

¿ É como se tivesse uma festa na cobertura do meu prédio. Eu sei que tem a festa, mas não fui convidado.

A RME é formada por Cemig, Andrade Gutierrez, JLA Participações e Pactual Latin America Power Fund, cada um com participação de 25%.

Segundo ele, o programa de investimentos para 2010 deve somar R$700 milhões. Para este ano, a meta é investir entre R$560 milhões e R$570 milhões, pouco acima dos R$547 milhões desembolsados em 2008. Ele reafirmou que a companhia aumentou seus investimentos nos últimos anos e deu detalhes de um programa para blindar o sistema contra roubos ou ¿gatos¿. A companhia começou a substituir os medidores analógicos por eletrônicos. Cerca de 40 mil medidores individuais e outros 30 mil ¿centralizados¿ já foram instalados, e a meta da empresa é ter mais 140 mil em funcionamento no próximo ano.

ANEEL NÃO ACEITA JUSTIFICATIVAS DA LIGHT na página 20