Título: O valerioduto mineiro
Autor: Brígido, Carolina
Fonte: O Globo, 04/12/2009, O País, p. 3
Esquema de Valério com PT foi usado em 1998 com PSDB-MG
Marcos Valério é acusado de ter feito com a coligação que apoiava o tucano Eduardo Azeredo, candidato à reeleição no governo de Minas Gerais em 1998, uma triangulação parecida com a que mais tarde ficou conhecida como valerioduto e abasteceu o mensalão do PT: tomar dinheiro em bancos, usar como garantia contratos com governos e repassar recursos a candidatos. Documentos mostrando como funcionou o esquema na campanha do tucano em Minas foram mostrados pelo GLOBO em 25 de julho de 2005.
Em 1998, a agência DNA Propaganda, de Valério, contraiu um empréstimo de R$ 11,7 milhões no Banco Rural, em Belo Horizonte. É o mesmo banco envolvido, sete anos depois, no escândalo com o PT. A DNA ofereceu como garantia os créditos de contratos assinados com as secretarias de Estado de Comunicações e de Governo de Minas Gerais. Em seguida, outra empresa de Valério, a SMP&B, repassou dinheiro a pelo menos 70 políticos ou pessoas ligadas a políticos mineiros que pertenciam à coligação que apoiava Eduardo Azeredo. Os repasses ultrapassaram R$ 1,6 milhão.