Título: Nonô: julgamento de Arruda será político
Autor: Jungblut, Cristiane
Fonte: O Globo, 04/12/2009, O País, p. 4
Responsável pelo caso indica que defenderá expulsão do governador do DEM
BRASÍLIA e SÃO PAULO. Relator do processo disciplinar do DEM contra o governador José Roberto Arruda (DF), o ex-deputado José Thomaz Nonô (AL) disse ontem que fará um julgamento político, sem se deter em questões jurídicas sobre as provas recolhidas na Operação Caixa de Pandora. Nonô não adiantou se pedirá a expulsão de Arruda, mas seu discurso apontou nessa direção. A decisão deve ser anunciada no dia 10.
¿ A questão é grave, delicada, mas de simples solução.
Vou responder a uma única pergunta: o governador Arruda merece ou não permanecer no partido, gozando da convivência dos democratas? Não preciso de perícia do vídeo. Não será uma análise jurídica. Será um julgamento político ¿ avisou.
Ex-presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, Nonô foi escolhido após o deputado José Carlos Machado (SE) recusar a tarefa. Ontem, ele chamou a missão de abacaxi e sinalizou que não seria condescendente com Arruda.
¿ Sou maniqueísta. Divido o mundo em quem presta e quem não presta, quem rouba e quem não rouba. Não sou guiado por ideologia. Em vez de presente de Natal, ganhei um abacaxi de Natal ¿ brincou.
Nonô disse que o fato de ser primo do ex-diretor da Codeplan Carlos Eduardo Bastos Nonô, citado no inquérito da PF, não influenciará o relatório: ¿ É primo, mas a convivência com ele é zero. Não vai alterar o meu relatório. Se fosse mamãe, não mudaria.
O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), disse que o escândalo não abala a aliança com o PSDB: ¿ Nada muda a aliança, que é sólida. Ela existe em São Paulo e em diversos outros municípios, e continuará existindo.
Kassab admitiu que o escândalo desgasta o DEM, mas disse ter sido um caso isolado.