Título: PT pede investigação sobre uso da máquina
Autor: Carvalho, Jailton de
Fonte: O Globo, 10/12/2009, O País, p. 5

Câmeras de TV flagraram ônibus com servidores do DF chegando a ato em defesa de Arruda

Isabel Braga

BRASÍLIA. A liderança do PT na Câmara Legislativa do Distrito Federal quer que o Ministério Público Federal investigue evidências de uso da máquina pública pelo governador José Roberto Arruda (DEM) na manifestação em favor dele próprio, anteontem, na sede do Legislativo local.

Em representação contra Arruda, os petistas afirmam que diversos ônibus lotados de servidores comissionados de várias administrações regionais do Governo do Distrito Federal (GDF) chegaram à Câmara para se contrapor ao movimento de estudantes e militantes em favor do impeachment do governador.

O PT cita imagens veiculadas por diferentes emissoras de televisão que mostram ônibus escolares e com adesivos de secretarias do GDF, além de entrevistas com servidores que admitiram ter sido liberados pelos seus chefes para participar do ato pró-Arruda.

Entrevistado pela TV Globo, Gilvan Alencar de Moraes, ser vidor do Hospital Regional de Ceilândia, afirmou que estava lá porque foi dado ponto facultativo e que até seu chefe estava participando do ato.

¿ Sou secretário administrativo do HRC. Meu chefe, que está aqui, é o Davi Braz.

Ele é diretor do governador e me liberou para poder vir ¿ contou Gilvan.

Integrantes da claque alegaram estar de férias As imagens da TV também flagraram o administrador da Candangolândia (outra cidade satélite), João Hermento, no ato pró-Arruda. Em outros depoimentos, uma moça não consegue explicar direito o que foi fazer no local. Muitos dos que estavam dentro da Câmara e foram retirados pela Polícia Militar negavam ser servidores do GDF. Ou admitiam, mas afirmavam estar de férias e negavam ter vindo de ônibus fretado.

¿ Estamos juntando as provas de que houve uso da máquina.

Temos fotos dos ônibus da Secretaria de Educação. Vamos requerer os vídeos das TVs ¿ afirmou o deputado Paulo Tadeu (PT).

Ontem, alguns servidores do GDF, especialmente da área de saúde, foram à Câmara para tentar acompanhar a votação de um projeto que reestrutura a carreira deles e garante o pagamento de gratificação. Não puderam entrar e protestaram. Mais tarde, manifestantes contra Arruda também foram ao local.