Título: MP abre investigação
Autor: Couto, Rodrigo
Fonte: Correio Braziliense, 29/05/2009, Brasil, p. 12

Os ministérios públicos do Piauí e de Cocal abriram investigações para apurar a responsabilidade no rompimento da barragem de Algodões 1. O promotor de Cocal, Maurício Gomes de Sousa, afirmou que pretende apurar se houve negligência por parte do governo estadual, da Empresa de Gestão de Recursos do Piauí (Emgerpi) e da prefeitura do município. A investigação, de acordo com ele, é com base na garantia dada pelo governo de que não havia risco de rompimento da represas.

O governo do Piauí enviou para as cidades afetadas seis equipes de resgate do Corpo de Bombeiros, que contam com o suporte de cinco helicópteros. As aeronaves devem percorrer os cerca de 80km entre Cocal da Estação e o local onde o Rio Pirangi deságua no Parnaíba. Há possibilidade de ainda haver pessoas ilhadas na região. Ontem, os helicópteros eram a única forma de retirar as pessoas de algumas áreas. Os bombeiros também conseguiram salvar moradores no meio da rua com água na altura da cintura. Há cerca de 80 feridos.

A população ribeirinha foi a mais atingida pela tragédia. O menor número de vítimas em Cocal ¿ local onde está situada a cabeceira da barragem ¿ é explicado pelo fato de Algodão 1 ser localizada na zona rural da cidade. O número de atingidos em Buriti dos Lopes, onde a água chegou mais tarde, poderia ser maior, mas felizmente foi possível prevenir os moradores depois do rompimento. ¿Vamos reconstruir as 500 casas e comprar os móveis e eletrodomésticos perdidos pelas vítimas do rompimento de Algodões 1¿, garantiu o vice-governador do Piauí, Wilson Martins, em exercício por causa da licença tirada por Wellington Dias.

As vítimas foram levadas para escolas, que foram transformadas imediatamente em abrigos mantidos pelo governo local. ¿Já foram disponibilizadas quase 25 mil cestas básicas, além de lençóis, travesseiros, filtros, água potável¿, informou Fernando Monteiro, secretário estadual de Defesa Civil. (RC)