Título: Caracas ficou fora de negociação
Autor: Freire, Flávio
Fonte: O Globo, 11/12/2009, O Mundo, p. 38

BRASÍLIA. O chanceler venezuelano Nicolás Maduro fez duros ataques ao presidente eleito de Honduras, Porfirio Lobo, após se reunir ontem com o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim. Maduro assegurou que não houve qualquer participação do governo de seu país na articulação tendo à frente Brasil e Argentina para que o hondurenho Manuel Zelaya pudesse seguir para o México.

Ele afirmou que uma negociação que permitisse o reconhecimento das eleições hondurenhas teria que passar, em primeiro lugar, pela recondução de Zelaya ao poder. Maduro disse não acreditar em qualquer tipo de promessa de Lobo e sua equipe.

- Não se pode crer em golpista. A palavra de um golpista vale menos do que zero, não vale nada - afirmou.

Para o chanceler venezuelano, a comunidade sul-americana precisa ser "muito firme com os golpistas". Ele lembrou que, na reunião de presidentes do Mercosul, realizada no início desta semana em Montevidéu, Brasil, Venezuela, Argentina, Paraguai e Uruguai condenaram o golpe e exigiram a volta de Zelaya ao cargo.

Segundo ele, até o momento o governo interino se pautou pelo descumprimento de compromissos, incluindo o acordo San José-Tegucigalpa, assinado por Zelaya. Ele criticou o fato de o Congresso hondurenho ter rejeitado a restituição do presidente deposto. (E.O.)