Título: Valenzuela: frustração com a crise é geral
Autor: Freire, Flávio
Fonte: O Globo, 11/12/2009, O Mundo, p. 38

Secretário de Estado adjunto dos EUA para as Américas responde a declaração de Amorim

NOVA YORK. O secretário de Estado adjunto dos Estados Unidos para as Américas, Arturo Valenzuela, disse ontem que a falta de um acordo para a solução da crise eem Honduras provoca frustrações não apenas nos Estados Unidos, mas em todo o resto do continente.

Para Valenzuela, este não é um momento de se fazer apenas declarações, mas de encontrar soluções para o impasse naquele país. Valenzuela destacou os esforços dos chefe de governo dos países da América Central para resolver o problema político em Honduras.

- Neste sentido, estamos bastante satisfeitos com os esforços que estão sendo feitos neste momento. Esta não é a hora de se fazer declarações somente, mas sim de buscar soluções - disse o secretário adjunto.

Solução da crise "requer trabalho de todos"

Em entrevista ontem, no Centro de Imprensa Internacional, em Washington, Valenzuela disse que este é um tema que corresponde a todos os integrantes da Organização dos Estados Americanos (OEA).

- São bem-vindos todos os esforços que estão sendo feitos para se chegar a uma solução clara da situação de Honduras. Estou bastante esperançoso de que, efetivamente, com o interesse, os esforços e as participações dos presidentes dos países da América Central, isso vai ser resolvido - analisou Valenzuela.

Para ele, a complexidade da situação em Honduras é um tema que requer muito trabalho conjunto de negociações, não somente dentro daquele país, mas também por parte da comunidade internacional.

Valenzuela fará viagem por países do Cone Sul

As avaliações de Valenzuela foram, em parte, uma resposta às declarações do ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, que afirmou que os Estados Unidos deveriam estar frustrados com a situação de Honduras por terem se envolvido diretamente na questão. Valenzuela, no entanto, preferiu não polemizar sobre a crítica de Amorim de que Washington foi "excessivamente tolerante" com o governo interino de Honduras, que derrubou o presidente Manuel Zelaya no fim de junho.

Valenzuela, que assumiu o cargo no dia 5 de novembro último, vai começar, na próxima semana, uma série de viagens pelos países do Cone Sul. A programação ainda não está pronta, mas o secretário apontou entre os temas a serem discutidos quesões como segurança pública, com destaque para o narcotráfico; meio ambiente; reflexos da crise econômica, e igualdade social.

- A agenda é larga e vou em viagem de cortesia em busca de um diálogo comum. É uma relação realmente construtiva - afirmou ele.

Quanto à Venezuela, o secretário disse que os Estados Unidos se preocupam com algumas declarações que saem do país quando integrantes do governo local se referem à Colômbia.

- Neste momento não só os Estados Unidos estão preocupados, mas outros países também. Estamos rogando para que haja uma relação mais construtiva entre os dois países - concluiu.