Título: Battisti nega uso de passaporte falso
Autor: Otavio, Chico
Fonte: O Globo, 11/12/2009, O País, p. 15

Em depoimento, italiano diz que não passou por controle ao chegar ao país

POLICIAL ESCOLTA Battisti, algemado: ele é acusado de falsificação

O ex-ativista italiano Cesare Battisti disse ontem, em audiência na Justiça Federal do Rio, que carregava um passaporte falso quando chegou ao Brasil, em setembro de 2004, mas não precisou usá-lo porque não passou pelo "controle policial" ao desembarcar em Fortaleza. O passaporte, segundo ele, era italiano e autêntico, porém com sua foto no lugar do rosto do verdadeiro proprietário.

Battisti responde, na 2ª Vara Criminal Federal, por falsidade de documento. Quando foi preso, em março de 2007, ele guardava em sua casa, em Copacabana, outro passaporte, com visto de entrada no Brasil falsificado, além de um carimbo da imigração brasileira. O italiano também negou ter usado este documento.

Além de Battisti, o titular da 2ªVara, juiz Rodolfo Hartmann, também ouviu ontem os delegados federais Fábio Galvão da Silva Rego e Osvaldo da Cruz Ferreira, envolvidos na prisão do italiano. Condenado à prisão perpétua na Itália por quatro homicídios, o ex-ativista disse que escolheu o Brasil para se refugiar porque o país não costuma extraditar presos políticos:

- Escolhi o Brasil em razão da existência de outros refugiados italianos que tiveram o pedido de extradição negados pelo Supremo Tribunal Federal.

Battisti disse que o seu contato político no Brasil, antes da prisão, era o deputado federal Fernando Gabeira (PV-RJ). Gabeira negou a afirmação.