Título: MP também abre procedimento sobre agressões
Autor: Carvalho, Jailton de
Fonte: O Globo, 11/12/2009, O País, p. 4

`São cenas chocantes e indignas¿, diz promotor do caso

BRASÍLIA. A promotoria de Justiça Militar do Ministério Público no Distrito Federal abriu procedimento para investigar se integrantes da tropa chefiada pelo coronel da Polícia Militar José Belizário Silva Filho torturou manifestantes que participaram do protesto contra o governador José Roberto Arruda, em frente ao Tribunal de Justiça do DF. O promotor Mauro Faria Lima vai investigar também outros crimes, como lesão corporal e abuso de autoridade.

Ele classificou de "selvageria" a ação da PM contra os manifestantes. Arruda é acusado de chefiar um esquema de cobrança de propina e pagamento de mesada a aliados.

¿ Uma pessoa caída foi cercada por policiais montados em cavalos. Os policiais jogavam os cavalos contra o manifestante. São cenas chocantes, indignas de um país civilizado ¿ afirmou o promotor.

Na segunda-feira, Mauro Lima começa a interrogar vítimas e testemunhas. Depois, será a vez de policiais suspeitos de cometer excessos. Entre os oficiais a serem interrogados está o coronel Silva Filho. Ele chegou a se atracar e rolar no chão com José Ricardo Bianco, militante do PT que participava dos protestos. Bianco foi preso e passou mais de três horas no camburão até ser levado para a 5ª Delegacia de Polícia e depois apresentado à Justiça local. Para o promotor, o caso pode configurar crime de tortura.