Título: Trechos - Faruk Hosni
Autor: Queiroz, Silvio; Carvalho, Giselle
Fonte: Correio Braziliense, 29/05/2009, Mundo, p. 22

Sou há muitos anos ministro de Estado de um país que fez a paz com Israel e se esforça incansavelmente para fazer prevalecer o diálogo sobre a violência. Em nome desses princípios, quero voltar às palavras que pronunciei em maio de 2008, e que foram entendidas como um chamado a queimar os livros escritos em hebraico.

Quero dizer solenemente que me arrependo das palavras que pronunciei. Essas palavras são o oposto daquilo no que creio e daquilo que sou. Elas permitiram aos detratores associar minha pessoa e meu nome àquilo que me é mais odioso: o racismo.

Olhem para toda a minha vida, toda a minha pessoa, todo o meu engajamento em favor do diálogo entre culturas e religiões e do reforço da compreensão mútua entre os homens, sem distinções.

A primeira preocupação do futuro diretor-geral deve ser restaurar a ambição (de) assegurar a afirmação da diversidade cultural, do diálogo entre culturas e da tolerância recíproca. (¿) No momento em que é preciso nos mobilizarmos contra as forças do retrocesso, a escolha de um árabe, um muçulmano, um egípcio, seria, à parte a minha pessoa, uma formidável mensagem de esperança.