Título: A situação dele (Paulo Octávio) é diferente
Autor: Franco, Bernardo Mello
Fonte: O Globo, 13/12/2009, O País, p. 8 e 9

CORPO A CORPO

RODRIGO MAIA

BRASÍLIA. Duas semanas após o partido ter sido atropelado pelas denúncias de corrupção contra o governador José Roberto Arruda (DF), o presidente nacional do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ), diz acreditar que o pior já passou. Ele voltou a defender o vice-governador Paulo Octávio (DEM), citado nas gravações sobre o mensalão no DF

Adriana Vasconcelos

O GLOBO: O governador Arruda tirou o discurso do partido, ao se antecipar a uma possível expulsão? RODRIGO MAIA: De forma nenhuma o partido perde seu discurso e entende que essa foi a melhor solução. A antecipação da decisão pelo governador foi muito boa para que não houvesse divisão, briga interna.

Mesmo não aparecendo em nenhum vídeo, o vicegovernador Paulo Octávio é citado várias vezes como o destinatário de 30% do dinheiro arrecadado pelo esquema de propina.

Que tipo de tratamento ele terá pelo DEM? MAIA: Ele é citado por essas pessoas que aparecem nos vídeos, mas a situação dele é diferente da enfrentada pelo governador e mesmo o presidente da Câmara Distrital, o deputado Leonardo Prudente. Entendemos que, na situação atual, não há nenhum motivo para abertura de um processo (contra o vice).

O DEM vai apoiar uma eventual candidatura de Paulo Octávio ao governo do DF em 2010? MAIA: Acho que a preocupação do vice-governador e de Arruda, neste momento, é terminar bem este governo, que tem muitas obras, é bem avaliado, mas infelizmente passa por este momento muito ruim. Não acredito que, num momento com este, alguém esteja preocupado com as eleições de 2010

Este escândalo pode comprometer o desempenho do partido em 2010? MAIA: Não é verdade que o partido venha perdendo densidade eleitoral. Em 2000, o partido administrava 16 milhões de brasileiros nos municípios. Hoje, administra 15,5 milhões.

Houve uma troca de grotões por cidades maiores. Estamos confiantes de que o partido disputará com muitas chances seis estados. E poderá voltar para o Senado com pelo menos 14 senadores e, para a Câmara, com 70 deputados federais