Título: Lula: liberdade de imprensa é essencial
Autor: Weber, Demétrio
Fonte: O Globo, 15/12/2009, Economia, p. 10
Presidente discursa na abertura da I Conferência Nacional de Comunicação
BRASÍLIA. Em discurso ontem à noite na abertura da 1ª Conferência Nacional de Comunicação (Confecom), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que a liberdade de imprensa é essencial para a democracia, mas ressalvou que, às vezes, há jornais e veículos de comunicação que ¿se excedem, desprezam os fatos e embarcam em campanhas¿. Lula enfatizou, porém, que a própria liberdade de imprensa é o melhor antídoto para eventuais excessos, já que permite que a verdade venha à tona.
Para o presidente, o público sabe separar o joio do trigo.
¿ Estou entre aqueles que acham que não há nada melhor para os eventuais excessos cometidos pela imprensa do que a própria liberdade de imprensa ¿ discursou Lula. ¿ Tenho orgulho de dizer que a imprensa no Brasil é livre. Ela apura e deixa de apurar o que quer. Publica e deixa de publicar o que deseja. Opina e deixa de opinar sobre o que bem entende. Meu compromisso com a liberdade de imprensa é sagrado. Ela é essencial para a democracia. O estado democrático só existe, se consolida e se fortalece com imprensa livre.
Às vezes, há jornais ou noticiários de rádio ou televisão que se excedem, que desprezam os fatos e embarcam em campanhas. Que divulgam inverdade ou mesmo que disseminam calúnias e infâmias.
Aprendi a viver tranquilamente com isso.
Lula lamentou a ausência, na Confecom, de empresários da área de comunicação: ¿ Lamento que alguns atores da área tenham se ausentado, temendo-se sabe-se lá o quê. Eu, como homem de diálogo, lamento. Cada um sabe onde lhe aperta o calo.
Durante a Conferência, convocada pelo governo federal, estarão em debate, até quinta-feira, 6.101 propostas sobre a produção e distribuição de informações jornalísticas e culturais no país. Entre os principais temas estão as propostas de controle social da mídia por meio de conselhos de comunicação e a elaboração de uma nova Lei de Imprensa.
As discussões, porém, não contarão com atores importantes.
A Associação Nacional de Jornais (ANJ) e a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), entre outras entidades que representam rádios, jornais, revistas e emissoras de televisão, não vão participar da conferência, conforme anunciado em agosto.
Além do presidente Lula, discursaram na abertura da Confecom o ministro das Comunicações, Hélio Costa, que chegou a ser vaiado pela plateia formada por representantes de movimentos sociais, empresários e setor público.
Hélio Costa destacou a importância do encontro convocado pelo governo, e disse que o modelo de TV digital do Brasil está sendo copiado na América Latina