Título: Dutra: críticas são dor de cotovelo do PSDB
Autor: Lima, Maria
Fonte: O Globo, 12/12/2009, O País, p. 8

Acho que houve uma infiltração tucana no programa", provoca novo presidente do PT BRASÍLIA. A direção nacional do PT confirma que a estratégia do partido nos programas gratuitos de rádio e TV é mesmo realçar os feitos do governo Lula. O presidente eleito do partido, José Eduardo Dutra, disse que as críticas são resultado da ¿dor de cotovelo¿ dos tucanos. Sobre a contestação de alguns dados, como o número de empregos com carteira assinada, Dutra afirmou que os realizadores do programa foram até generosos com o governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB): ¿ Acho que houve uma infiltração tucana na elaboração do programa do PT. O que foi turbinado foi o número de empregos com carteira assinada do governo FH. Nosso programa diz que foram gerados 5 milhões de empregos no governo passado. Segundo o Caged, o saldo ao fim de oito anos foi de 700 mil ¿ disse.

O dirigente petista também rebateu as críticas sobre o fato de o programa se referir às conquistas econômicas, como estabilidade e avanços sociais, como se fossem apenas do governo atual, sem levar em conta o Plano Real e as ações do governo Itamar Franco.

¿ Engraçado: no seu programa, o PSDB só falou dos oito anos do governo FH e nenhum intelectual reclamou.

Lógico que nosso objetivo é mostrar os oito anos do Lula.

Isso é conversa para boi dormir de tucano com dor de cotovelo.

O Aécio mostrou um monte de coisa (de Minas) e não disse que tudo começou com o Itamar ¿ reagiu Dutra.

Líderes de PSDB e DEM criticaram o programa do PT, em que Dilma aparece numa espécie de jogral com Lula e é citada como a pessoa que o ajudou a concretizar as grandes realizações do governo.

¿ Eles deveriam mostrar mais a candidata deles no programa.

Não mostraram muito.

O candidato não é Lula, mas insistem nessa conversa de que o mundo começou em 2003. O programa é um reconhecimento de que não têm candidatos ¿ disse o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE).

O presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, Demóstenes Torres (DEM-GO), reclamou que a lei permite um programa partidário, e não eleitoral para promover a candidatura de Dilma.

Ele defendeu que o Ministério Publico Eleitoral entre com uma ação contra o teor do programa petista.

¿ O Lula é um mitômano, mente o tempo todo sobre a História. Os programas dos partidos não são feitos para mostrar o dia a dia partidário, mas para fazer propaganda de forma mentirosa. E dona Dilma tenta pegar carona em sua história. Está tentando ser a candidata mochila, sempre nas costas do Lula ¿ ironizou Demóstenes.

Neri: Brasil está longe de se tornar 5aeconomia O historiador Marco Antonio Vila disse que Dilma terá dificuldades para se colar à história de Lula: ¿ Com ela é muito dificil.

Dilma não tem história. Ela tenta se apossar da história de Lula, mas é uma farsa. Repetindo Marx no ¿18 Brumário¿, se Lula é a tragédia, Dilma é a farsa. Ela é má oradora, não tem carisma, não tem história no PT.

O economista Marcelo Neri, da FGV, contestou outro dado do programa petista, que diz que em pouco tempo o Brasil será a 5aeconomia do planeta: ¿ Ainda estamos muito distantes disso. Somos uma economia muito populosa, o que dificulta atingir esse patamar.

Num universo de 132 paises, somos o número 52 quando se trata de renda per capita absoluta.

Ainda não estamos quase lá, não. (Maria Lima)