Título: Senado quer manter 1.229 cargos comissionados em vez de 436
Autor: Vasconcelos, Adriana
Fonte: O Globo, 17/12/2009, O Pais, p. 4

Terceira versão de reforma não tem parecer da FGV, contratada como consultora

BRASÍLIA. Sem um parecer da Fundação Getulio Vargas (FGV), contratada por R$ 250 mil no primeiro semestre para dar consultoria à Casa, a Diretoria Geral do Senado apresentou ontem a terceira versão da reforma administrativa proposta para a instituição.

O número de funções comissionadas saltou de 436 para 1.229. A justificativa para o aumento é que a versão anterior, elaborada pela FGV, não havia computado as 555 funções comissionadas dos gabinetes parlamentares. De qualquer forma, houve aumento de, no mínimo, 238 funções.

Mesmo com o acréscimo, a diretora de Recursos Humanos do Senado, Doris Marize, disse que a instituição conseguirá reduzir em 49,74% os gastos mensais com funções gerenciais: segundo ela, o custo cairá de R$ 1.046.949,31 para R$ 526.157,89.

Por sugestão dos senadores, foi excluído do texto da FGV a proposta que permitiria que os chefes de gabinete fossem servidores comissionados e não mais obrigatoriamente de carreira, como atualmente. Também foi descartada a ideia da FGV de propor um plano de demissão voluntária, que teria o objetivo de reduzir em até 30% o número de servidores efetivos da Casa.

Para que a Mesa Diretora não fosse responsabilizada por não ter implementado as prometidas mudanças feitas no auge da crise, o presidente José Sarney (PMDB-AP) e o 1osecretário, Heráclito Fortes (DEM-PI), propuseram que a versão, com 661 artigos, fosse votada ontem no plenário.

Mas alguns líderes, como o tucano Arthur Virgílio (AM), e o petista Aloizio Mercadante (SP), se recusaram a votá-la sem uma análise mais profunda.

¿ Se os líderes não quiseram votar, a responsabilidade é deles ¿ reagiu Heráclito.