Título: Suspensos cortes na Usiminas
Autor:
Fonte: Correio Braziliense, 30/05/2009, Economia, p. 25

Por ordem da Justiça, siderúrgica vai retomar negociações e pode rever as demissões deste mês. Vale dispensará 300 funcionários em junho

Produção na Usiminas: desde janeiro a empresa contabiliza 800 operários demitidos A Usiminas vai suspender as demissões programadas para a Usina de Cubatão até a próxima sexta-feira, dia 5. A decisão atende a determinação do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região, que na quinta-feira à noite realizou uma audiência com sindicalistas e representantes da empresa. Na reunião, a relatora do processo, desembargadora Ivani Contini Bramante, determinou a retomada das negociações. O presidente do sindicato dos Metalúrgicos da Baixada Santista, Alvemi Cardoso Alves, afirma que já está marcada uma reunião entre sindicato e a siderúrgica para a segunda-feira.

¿Do dia 23 (de maio) para cá aconteceram 244 demissões e vamos discutir o retorno de vários deles, pois eles têm garantia de emprego por causa de problemas de saúde¿, disse Alves, completando que desde janeiro deste ano o total de demissões chega a 800 operários. Em nota, a Usiminas informou que além de aceitar suspender novos desligamentos até o 5 de junho, a empresa decidiu avaliar a redução da jornada de trabalho, com a respectiva redução salarial.

Empreiteiras Cerca de mil trabalhadores do Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil, Montagem e Manutenção Industrial (Sintracomos) decidiram manter a greve nas empreiteiras de Cubatão. A categoria tem 4 mil trabalhadores nas 18 empreiteiras que prestam serviço à Usiminas. No entanto, muitos deles, segundo o próprio sindicato, furaram a greve, que entra hoje em seu quarto dia. Os trabalhadores reduziram o pedido de reajuste de 10% para 8%, mais a participação nos lucros ou resultados (PLR) equivalente a um salário nominal. No entanto, a última contraproposta dos empregadores, recusada pelos operários, foi de 5,9% de aumento. Vale

A Vale confirmou que demitirá entre 250 e 300 funcionários a partir de junho. Segundo a empresa, os trabalhadores que serão desligados são aposentados que ainda continuam trabalhando na empresa; ou empregados próximos à aposentadoria. A empresa não detalhou onde ocorrerão as demissões, apenas que os desligamentos englobam unidades da empresa em todo o país. A Vale justificou sua decisão explicando que, mesmo com os esforços para não efetuar demissões, a recuperação de demanda do mercado internacional ainda não ocorreu de forma a atender as expectativas.

A empresa entende que, com as dispensas de aposentados, ou trabalhadores próximos à aposentadoria, está conseguindo manter o máximo de outros empregos. Na sua avaliação, o número de demitidos ainda é uma parcela pequena se comparada com o número de 62 mil empregados da empresa no mundo (sendo 47 mil no Brasil).

De acordo com a Vale, os trabalhadores desligados terão a aposentadoria do INSS e a aposentadoria da Valia (fundo de pensão dos funcionários da empresa). Eles receberão um pacote de quatro salários adicionais que serão depositados na Valia, além de seis meses de plano de saúde. Os1,3 mil funcionários que estavam de licença remunerada desde o fim do ano passado voltam ao trabalho em junho.