Título: Conselho repassou 1.387 casos à PF
Autor: Oswald, Vivian
Fonte: O Globo, 20/12/2009, Economia, p. 47

Câmara analisará projeto que tipifica crime de lavagem

BRASÍLIA. A maioria dos casos investigados pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) tem a ver com movimentações de dinheiro em espécie bem acima da capacidade financeira dos envolvidos.

São operações que podem encobrir lavagem de recursos. As investigações levaram a 1.387 relatórios encaminhados à Polícia Federal e aos Ministérios Públicos federal e estaduais este ano. As transações com cartão de crédito geraram 371 comunicações até outubro, quase quatro vezes o número de 2008.

O setor de compra e venda de imóveis registrou 2.387 operações suspeitas no período e o de factorings, 13.011.

Segmentos mais controlados como o de seguros e o sistema financeiro registraram 1,3 milhão e 17,4 mil, respectivamente.

Maior controle explica número elevado de comunicações. Já o mercado de joias, pedras e metais preciosos teve 21 comunicados nos dez primeiros meses do ano. É pouco, mas na última década foram 58 notificações.

Os negócios com objetos de arte e antiguidades tiveram apenas dois casos suspeitos. De 1998 até agora, não passaram de oito.

Por isso, passará a ser obrigatório a notificação às autoridades de transações suspeitas.

O Coaf poderá ganhar mais um instrumento de ação em breve.

O projeto de lei 3.443, que tipifica os crimes antecedentes de lavagem e obriga vários setores da economia a enviar informações ao Conselho, deve ir a plenário da Câmara dos Deputados nos próximos dias.

Segundo o presidente do Coaf, Antonio Gustavo Rodrigues, hoje, por exemplo, podese roubar um banco e guardar o dinheiro em seguida.

O assalto não é um antecedente da lavagem de dinheiro. (Vivian Oswaldo)