Título: Banqueiro foi preso duas vezes ano passado
Autor: Freire, Flávio
Fonte: O Globo, 22/12/2009, O País, p. 10

Nas duas ocasiões, presidente do Supremo determina libertação do dono do Opportunity SÃO PAULO. No escritório de Dantas no Rio, uma secretária informou que quem falaria sobre o caso seria o advogado Andrei Schimidt, que estaria retornando de Brasília ontem, mas ele não retornou às ligações do GLOBO.

Desde que foi envolvido nas denúncias da Operação Satiagraha, Daniel Dantas tem tentado desqualificar a operação da PF marcada por um inquérito discutível. O delegado Protógenes Queiroz, que chefiava a operação, foi afastado não só da investigação, mas também da PF.

Ele responde processo por quebra de sigilo funcional, pois teria vazado informações da operação à imprensa. O policial nega.

Queiroz filiou-se recentemente ao PCdoB e pode ser candidato a deputado federal. Também chegou a ser ventilada possibilidade de ele ocupar secretaria do Ministério dos Esportes. No lugar de Queiroz assumiu o caso o delegado Ricardo Saadi, que está à frente do processo.

Em julho do ano passado, Dantas foi preso duas vezes. Nas duas ocasiões, decisão do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, determinou sua libertação. Foi a partir das prisões que os advogados do banqueiro abriram guerra contra Fausto De Sanctis, que reabriu a Satiagraha depois que uma ação já havia colocado o processo na geladeira. A juíza Sílvia Rocha, da 2ª Vara Criminal Federal, ingressou com medida junto ao TRF alegando que o caso era de sua competência.

A decisão de Esteves Lima não cita os nomes do assessor de Dantas, o ex-presidente da Brasil Telecom, Humberto Braz, e do professor universitário Hugo Chicaroni. Eles foram condenados junto com ele no caso do suborno aos policiais federais e teriam negociado a tentativa de pagar R$ 1 milhão em propina a um delegado federal durante as investigações Satiagraha