Título: Grupo se salvou porque morava em contêineres
Autor: Alencastro, Catarina
Fonte: O Globo, 14/01/2010, O mundo, p. 31

Grupo se salvou porque morava em contêineres Major sobreviveu por estar envolvido com desativação de bomba Juraci Perboni* e Carlos Souza* FLORIANÓPOLIS e PORTO ALEGRE. Entre os militares brasileiros que deveriam retornar ao país, estavam 20 homens do 10º Batalhão de Engenharia de Construção, com sede em Lages, e 19 do 5º Batalhão de Engenharia de Combate Blindado, de Porto União, em Santa Catarina. De acordo com o comandante do 5º Batalhão, tenente coronel Marcos José Batista, as informações passadas pelos militares que fizeram contato com os familiares é de que todos estão bem, sem ferimentos. Eles integram a Companhia de Engenharia da Força de Paz da ONU, formada por 250 homens, cuja base ficava a cinco quilômetros do aeroporto, em Porto Príncipe. Desses, 50% deveria retornar agora. ¿ A data de retorno deve ser adiada, não sabemos como vai ficar. Os que fizeram contatos com a família disseram que imediatamente após o terremoto começaram a trabalhar no resgate às vítimas ¿ disse Batista. O grupo da engenharia morava em contêineres e alojamentos de PVC, o que contribuiu para que todos saíssem sem ferimentos, disse o comandante do 10º Batalhão, Carlos Hassler: ¿ Isso pode ter ajudado a poupar muitas vidas. Simone Kmita, mulher do cabo Marcelo Gil Kmita, do 5º Batalhão, disse que por volta das 23h de terça-feira ele ligou, de um telefone público. Ela e a filha Amábile Zimmermann Kmita, de 8 anos, respiraram aliviadas. ¿ Ele falou: "Estou bem, só que estamos sem comunicação, água e energia". O secretário adjunto da Segurança Pública do Rio Grande do Sul, coronel da reserva do Exército Rubens Edison Pinto, disse que seu filho, o major Marcelo Pinheiro Pinto, salvou-se porque não aceitou o convite para ir tomar um café. "Marcelo estava no prédio da ONU e teve que ficar no escritório, envolvido com a desativação de uma bomba. O prédio ruiu em um dos lados, e praticamente todo pessoal que tinha ido tomar café morreu", contou em entrevista à Rádio Gaúcha. (*)Especial para O GLOBO