Título: Auditorias e inquéritos
Autor: Rocha, Marcelo
Fonte: Correio Braziliense, 03/06/2009, Política, p. 2

As pendências judiciais da Petrobras fazem parte do arsenal a ser explorado pelos adversários do Palácio do Planalto e integrantes da base aliada do governo. Diante do volume e da complexidade das operações realizadas pela estatal, a estratégia adotada pelos dois lados, mas principalmente pela oposição, é buscar apurações já concluídas, caso das auditorias do Tribunal de Contas da União (TCU), inquéritos da Polícia Federal e denúncias enviadas à Justiça pelo Ministério Público Federal.

Para tucanos e democratas no Senado, essa é uma forma de impor constrangimento ao governo. Barrar o acesso a informações e convocações de pessoas que foram presas e denunciadas pelas autoridades seria um desgaste, avaliam os opositores de Lula. Por isso, antes mesmo de instalada a comissão, ainda sem previsão (leia mais na página 3), o senador Álvaro Dias (PSDB-PR), autor do requerimento de criação da investigação parlamentar, começou a trabalhar nas primeiras propostas.

Retenção No TCU, por exemplo, existe processo sobre problemas em contratos da Petrobras com fornecedores. O Correio mostrou na edição do domingo que o tribunal mantém retidos cerca de US$ 180 milhões que a estatal deveria pagar a empresas de Singapura para construção das plataformas P-52 e P-54. O problema foi gerado por causa de variações cambiais, mas o TCU decidiu fiscalizar novamente.

Desde 2001, a Petrobras libera recursos provenientes de seu imposto de renda para conselhos municipais, estaduais e federal de defesa da infância e adolescência. O tribunal iniciou uma auditoria para saber se há direcionamento político do dinheiro. Na Bahia, entre as 24 prefeituras que receberam a verba, 11 eram administradas por integrantes do PT. (MR)