Título: Compasso de espera
Autor: Azedo, Luiz Carlos
Fonte: Correio Braziliense, 03/06/2009, Política, p. 3

O Palácio do Planalto e os senadores da base aliada arranjaram ontem um bom argumento para ganhar tempo enquanto buscam resolver o racha entre os líderes do PMDB, Renan Calheiros (AL), e do PT, Aloisio Mercadante (SP), sobre o comando da CPI da Petrobras: a devolução da relatoria da CPI da ONGs. Os governistas decidiram que não vão instalar a CPI da Petrobras até que o líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), deixe o cargo de relator da outra comissão de inquérito. O posto fora abandonado pelo senador Inácio Arruda (PCdoB-CE).

O pano de fundo é que Renan e Mercadante não se entenderam até agora sobre as indicações para os cargos de presidente e relator da CPI da Petrobras. Escalado para costurar acordo, o ministro das Relações Institucionais, José Múcio Monteiro, disse que a comissão só será instalada depois que a oposição devolver o cargo da outra CPI. O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), aguarda até acordo com a oposição para que os trabalhos da CPI da Petrobras comecem para valer. Se não tiver consenso, Jucá anunciou que vai apresentar um recurso regimental à Presidência do Senado, que pode remeter o assunto à Comissão de Constituição e Justiça para reaver o cargo. Oposicionistas, contudo, dizem que não irão entregar o posto. ¿Não vamos devolver¿, anunciou o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE).