Título: PDT mais próximo de Aécio
Autor: Maakaroun, Bertha; Cipriani, Juliana
Fonte: Correio Braziliense, 03/06/2009, Política, p. 6

Bancadas estadual e federal do partido se reúnem com ministro do Trabalho e presidente licenciado da legenda para traçar estratégia na disputa dos palácios do Planalto e da Liberdade no ano que vem. Deputados estaduais e federais do PDT em encontro com ministro Carlos Lupi na Assembleia Legislativa de Minas Gerais Depois do PR, do PTB e do PSB de Ciro Gomes, agora é a vez de o PDT sinalizar disposição em dar sustentação à candidatura de Aécio Neves (PSDB) ao Palácio do Planalto, caso esta se viabilize no PSDB. As bancadas estadual e federal do PDT, reunidas ontem na Assembleia Legislativa com o ministro do Trabalho e presidente nacional licenciado do PDT, Carlos Lupi, acertaram dois pontos. O primeiro: embora o partido integre os governos Lula e Aécio, não está compromissado nem com a candidatura do PT no plano federal nem com a do PSDB no plano estadual. Os parlamentares pedetistas concordam num segundo ponto: ¿Temos compromisso firmado que, se Aécio for candidato à Presidência da República, iremos apoiá-lo. Caso contrário, vamos estudar a quem hipotecar apoio no plano federal. Na disputa estadual, não temos candidato ao governo de Minas¿, resume o deputado federal Mário Heringer (PDT), coordenador da bancada mineira. De forma idêntica, o deputado estadual Carlos Pimenta (PDT) assinala: ¿Se Aécio for indicado, terá nosso apoio. Senão, a legenda estará livre¿.

Mais cauteloso, o ministro Carlos Lupi também indicou a preferência por Aécio depois de se reunir com o tucano no Palácio das Mangabeiras. De acordo com ele, o partido espera uma definição do PSDB para se posicionar. ¿Eu tenho que aguardar primeiro a decisão do partido do qual o governador Aécio faz parte. É claro que amanhã, o PSDB decidindo pelo nome do governador Aécio, muda todo o quadro eleitoral nacional¿, afirmou, evitando antecipar suas preferências. Lupi disse não ter dificuldades também em um eventual apoio à ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, pelo PT, por quem teria simpatia. ¿Agora, a questão não é só de simpatia, é de afinidade. A questão é política¿, emendou.

Governo Lula O ministro também deixou claro que o fato de integrar o governo Lula não será decisivo. ¿Uma coisa não tem necessariamente nada a ver com a outra. Quando assumimos o governo e aceitamos a honrosa missão que o presidente Lula nos deu de ser ministro, aceitamos com o compromisso de base de apoio no governo. Em nenhum momento nós discutimos a sucessão presidencial¿, disse. Em Minas, depois de rasgar elogios a Aécio, Carlos Lupi disse que a tendência natural do partido é continuar a caminhar com ele. O partido participa do governo desde a primeira gestão do tucano à frente do Palácio da Liberdade. ¿A tendência natural, coerente, legítima do partido é acompanhar a continuidade do governo, do governador Aécio¿, antecipou.

A movimentação das legendas que hoje integram a base do governo Lula (PT) e tenderão no próximo pleito a gravitar em torno do PSDB ou do PT aponta para um novo elemento que poderá ser essencial no processo de indicação do candidato tucano: a capacidade de agregar e, ao mesmo tempo, esfacelar a base de apoio lulista, numa tentativa de isolar a candidatura presidencial petista da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. Os tucanos que hoje dão sustentação à pré-candidatura de Aécio Neves no PSDB apostam nas habilidades do mineiro nesse quesito.