Título: Meio ambiente nunca teve tantos recursos
Autor: Araújo, Paulo Roberto
Fonte: O Globo, 31/01/2010, Rio, p. 18

Inea poderá contar com R$ 210 milhões este ano. Novo sistema vai monitorar desde qualidade das praias até desmatamentos

O celular do presidente do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), Luiz Firmino, não parou de receber torpedos no fim da madrugada de 30 de dezembro.

Eram alertas sucessivos sobre inundações que iriam acontecer nas horas seguintes na Baixada Fluminense. Os avisos não evitaram os estragos provocados pelas chuvas, mas permitiram que todo o sistema de Defesa Civil fosse acionado a tempo para evitar uma catástrofe de maiores proporções.

Até março, todo o estado, inclusive a Costa Verde, que sofreu com as chuvas na virada do ano, terá um sistema de monitoramento permanente no centro de operações que começou a ser montado na sede do Inea, na Avenida Venezuela, no Centro do Rio. O sistema vai monitorar não só as condições do tempo como também desmatamentos, incêndios florestais e balneabilidade das praias. Em casos de emergência, será acionado o helicóptero verde, que custou R$ 5 milhões e ficará no Grupamento Aeromarítimo da PM (GAM), em Niterói, servindo ainda para apagar incêndios florestais.

A proteção ao meio ambiente nunca teve à mão tantos recursos como terá este ano. Resultado da fusão da Feema com a Serla e o IEF, o Inea poderá contar com R$ 210 milhões. São R$ 100 milhões transferidos do Fundo Estadual de Conservação Ambiental e Desenvolvimento Urbano (Fecam); R$ 40 milhões do Fundo Estadual de Recursos Hídricos; R$ 40 milhões de receitas próprias, principalmente as apuradas na emissão de licenças ambientais; e R$ 30 milhões do Fundo da Mata Atlântica.

Sem falar dos R$ 250 milhões que serão investidos em obras do PAC, principalmente na dragagem de rios e na remoção de moradias irregulares em margens de rios na Baixada, com o reassentamento de 3 mil famílias. Também estão fora os R$ 75 milhões da folha de pessoal do Inea.

¿ O Rio foi o primeiro estado a unir os órgãos ambientais, o que facilita a gestão e a captação de recursos. A meta é chegar ao fim de 2010 com 10% da área do estado protegida. Serão parques com estrutura para visitação e fiscalizados por cerca de 400 guarda-parques ¿ prometeu Firmino.