Título: CNBB reafirma críticas a pontos do programa
Autor: Garrone, Raimundo
Fonte: O Globo, 16/01/2010, O País, p. 8

Aborto é o principal foco de tensão

BRASÍLIA. Resolvido o impasse com a área militar, o governo federal ainda terá de administrar a insatisfação da Igreja Católica com o Programa Nacional de Direitos Humanos. Em nota, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) voltou a manifestar ontem divergências com pontos do decreto. Em declaração assinada pelo presidente dom Geraldo Lyrio Rocha, pelo vice-presidente dom Luiz Soares Vieira e pelo secretário-geral dom Dimas Lara Barbosa, a CNBB reiterou sua posição contrária à descriminalização do aborto, ao casamento de pessoas do mesmo sexo e o direito de adoção de crianças por casais homoafetivos.

A declaração ressalta a rejeição da CNBB à criação de "mecanismos para impedir a ostentação de símbolos religiosos em estabelecimentos da União". Diante disso, a entidade propõe a abertura de um debate e que se dispõe a participar do "diálogo nacional" que se instaura sobre o decreto.

A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) também divulgou nota sobre o programa. A entidade afirma que a apuração de crimes cometidos durante o "regime de exceção" honra os compromissos internacionais brasileiros, mas que cabe ao Congresso Nacional "definir a forma e os limites desse trabalho". A SBPC considera ainda que a Lei da Anistia "não deve servir para encobrir o que se passou". A sociedade, no entanto, defende que a lei não seja alterada.