Título: Uma prática comum entre candidatos
Autor: Lima, Maria; Brígido, Carolina
Fonte: O Globo, 16/01/2010, O País, p. 4

A prática das chamadas doações ocultas, que saem dos cofres dos diretórios dos partidos para as campanhas de candidatos, é comum durante as eleições, levantando dúvidas sobre a transparência do processo. Em 2008, por exemplo, o atual prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), contabilizou financiamentos de R$2,02 milhões vindos dos diretórios. O então candidato a prefeito gastou um total de R$11.408.323,52 para disputar o cargo com o deputado federal Fernando Gabeira (PV). O parlamentar, por sua vez, arrecadou R$5.207.564,40 para fazer a campanha em 2008. Destes, R$1.899.888,00 foi dos diretórios, que fizeram 13 depósitos.

Em São Paulo não foi diferente. O atual prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), que disputou o segundo turno com Marta Suplicy (PT), recebeu cinco depósitos desse tipo, totalizando R$632 mil para ajudar nas despesas. Sua arrecadação chegou a R$29.788.531,55.

A adversária de Kassab, no entanto, foi beneficiada pelos diretórios do PT com bem mais. Dos 21,03 milhões gastos nas eleições, Marta Suplicy registrou em sua conta de campanha R$5,08 milhões por meio de 69 depósitos, sem que nenhum dos doadores fosse identificado.