Título: TJ nega recurso, e Prudente terá de sair
Autor: Braga, Isabel
Fonte: O Globo, 20/01/2010, O País, p. 8

Deputado da meia viaja para não receber intimação sobre seu afastamento

BRASÍLIA.O presidente da Câmara Legislativa, Leonardo Prudente (sem partido), tentou, mas não conseguiu, derrubar a liminar que determinou seu imediato afastamento do cargo. O presidente do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, Nívio Geraldo Gonçalves, negou ontem o pedido de suspensão da medida feito ontem pela Procuradoria da Casa.

Deputados articulam nova eleição para Câmara do DF Pr udente é suspeito de participar do suposto esquema de pagamento de propinas do mensalão do DEM do DF e foi flagrado em vídeo enchendo os bolsos e as meias com pacotes de dinheiro. O deputado saiu providencialmente ontem de Brasília para não receber o ofício que determina seu afastamento, mas terá que enfrentar também movimento de deputados que apoiam o governador José Roberto Arruda (sem partido) para que renuncie ao cargo, e, assim, seja eleito um novo presidente aliado. A intenção é impedir que, enquanto Prudente estiver afastado interinamente, o cargo seja exercido pelo vicepresidente, Cabo Patrício, do PT.

De acordo com a líder do PT na Casa, deputada Érika Kokay, pelo regimento interno, se Prudente renunciar à presidência, nova eleição terá que ser convocada em sete dias. O deputado Cabo Patrício, vice-presidente da Câmara, só assumiria definitivamente se a renúncia ocorrer 90 dias antes do final do mandato.

¿ Estão articulando para que o Prudente renuncie e para que elejam um novo presidente ¿ afirmou a deputada Kokay.

Para impedir a volta de Patrício ao cargo, aliados de Arruda tentaram derrubar a liminar do juiz Álvaro Luis Ciarlini, por meio de recurso feito pelo procurador da Câmara, Fernando Augusto Miranda Nazaré. No recurso, o procurador argumentou que a saída de Prudente, por decisão judicial, estaria subvertendo a ordem pública e ferindo a independência entre os poderes. O presidente do TJ disse não ver qualquer violação da ordem pública e negou o recurso