Título: Derrocada em 1992
Autor: Campos, Ana Maria
Fonte: Correio Braziliense, 06/06/2009, Política, p. 6
Três petistas tiveram papel fundamental na CPI do PC Farias que resultou numa onda de escândalos até a derrocada do então presidente da República, em 1992. José Dirceu, Aloizio Mercadante e Eduardo Suplicy foram destaque na investigação sobre o esquema de tráfico de influência, caixa 2 e corrupção montado no governo do presidente Fernando Collor de Mello.
O relatório final da CPI apontou a existência de uma série de contas fantasmas usadas para transferência de recursos arrecadados com pagamento de propina e desvio dos cofres públicos para as contas da secretária de Collor, Ana Accioly. Segundo a investigação, o dinheiro era usado para bancar as despesas da Casa da Dinda, a residência oficial, e da primeira-dama, Rosane Collor. Essas denúncias motivaram a população a sair às ruas com o rosto pintado para pedir a saída do presidente da República. Foi um movimento, que teve expressivo apoio de integrantes do PT, e tomou o país com palavras de ordem como ¿Fora Collor¿ e ¿Impeachment Já¿.
Em setembro de 1992, a Câmara dos Deputados aprovou por 441 votos favoráveis, 38 contrários, 23 ausências e uma abstenção, a abertura de processo de impeachment contra Collor. Ele foi afastado da Presidência. Em dezembro, Collor renunciou ao mandato. Mesmo assim, teve os direitos políticos suspensos por oito anos. Em 2000, ele ainda tentou concorrer à prefeitura de São Paulo, mas a Justiça Eleitoral negou o registro de sua candidatura. (AMC)