Título: Caixa corta juros da casa própria
Autor: Cristino, Vânia
Fonte: Correio Braziliense, 06/06/2009, Economia, p. 22

Com redução de 0,5 ponto percentual, taxas de financiamento passam a variar de 8,2% a 11,5%

Hereda, da Caixa: ¿Tínhamos margem para diminuir (encargos)¿ A Caixa Econômica Federal, líder do financiamento habitacional no país, resolveu seguir os passos do Bradesco, do Banco do Brasil e da Nossa Caixa e anunciar a redução de juros nos empréstimos para a aquisição da casa própria. A partir de segunda-feira, a Caixa começa a trabalhar com taxas mais baixas nas operações imobiliárias. A queda é de 0,5 ponto percentual tanto para os imóveis enquadrados nos limites do Sistema Financeiro de Habitação (SFH), cujo valor de mercado chega a R$ 500 mil, quanto para os de valor mais elevado, que podem ser financiados fora do SFH.

O vice-presidente de governo da instituição, Jorge Hereda, confessou que o fato de outros bancos estarem cortando os juros e, com isso, chegando perto das condições oferecidas pela instituição, pesou na decisão da Caixa. Mas não foi só isso. ¿Vimos que tínhamos margem para diminuir os juros. Ganhamos em produtividade e em escala, portanto, tínhamos folga¿, observou. Hereda disse que a Caixa tem como estratégia oferecer boas condições a seus clientes e um dos componentes dessa relação é justamente a taxa de juros cobrada nos empréstimos.

As novas taxas variam de um mínimo de 8,2% ao ano mais TR (Taxa Referencial de Juros) para clientes com relacionamento com o banco que quiserem comprar um imóvel com valor de mercado de até R$ 150 mil, até 11,5% ao ano mais TR para os imóveis mais caros, fora do SFH, cujas prestações serão pagas mediante boleto bancário. As taxas anteriores para essas duas modalidades ¿ imóveis até R$ 150 mil e imóveis acima de R$ 500 mil ¿ eram de 8,4% ao ano mais TR e de 12% ao ano mais TR, respectivamente.

Pagamento A variação da taxa de juros na Caixa se dá não apenas em função do valor do empréstimo ¿ quanto mais elevada for a faixa de financiamento, maior é o juro ¿, como também em função da forma de pagamento. As novas taxas para unidades avaliadas em até R$ 150 mil são de 8,9% ao ano mais TR na opção de pagamento via boleto bancário; de 8,4% ao ano mais TR para os mutuários que escolherem pagar a prestação por débito em conta; e de 8,2% ao ano mais TR para os clientes que tiverem uma cesta de produtos com a instituição, tais como conta corrente, cheque especial e cartão de crédito.

Os empréstimos para a compra de imóveis no valor entre R$ 150 mil e R$ 500 mil terão juros de 10,5% ao ano mais TR, no caso do pagamento via boleto; de 10% ao ano mais TR para débito em conta e de 9,5% ao ano mais TR para os clientes especiais (com cesta de produtos). Antes da redução, a Caixa praticava juros, no mínimo 0,5 ponto percentual maiores em cada uma dessas faixas. Para os imóveis fora do SFH, a maior taxa, de 11,5% ao ano mais TR, é para o pagamento via boleto (a taxa anterior era de 12%) e a menor, de 10,5% mais TR para os clientes especiais, com relacionamento com o banco.

De acordo com a Caixa, a queda dos juros pode implicar em redução de até 10,58% no valor da prestação. O banco forneceu um exemplo de um mutuário de 30 anos de idade que financiar um imóvel de R$ 150 mil por um prazo de até 30 anos. Com a taxa de juros anterior ele pagaria prestação de R$ 1.515,27 por mês. Na nova situação, a prestação fica em R$ 1.354,96.