Título: Braskem adquire grupo químico americano
Autor: D¿Ercole, Ronaldo; Ordoñez, Ramona
Fonte: O Globo, 02/02/2010, Economia, p. 19
Aquisição de Sunoco por US$ 350 milhões faz parte da estratégia de internacionalização
SÃO PAULO. Líder nas Américas e quinta no mundo na produção de resinas termoplásticas, a Braskem anunciou ontem a compra da americana Sunoco Chemicals, que produz polipropileno (PP, uma espécie de resina com aplicação em várias indústrias), por US$ 350 milhões. A compra nos EUA, fechada pouco mais de uma semana após a aquisição da Quattor, sua maior concorrente no mercado brasileiro, faz parte da estratégia da Braskem de internacionalizar suas operações.
Esse foi o primeiro passo da superpetroquímica brasileira no mercado americano.
¿ A aquisição da Sunoco proporcionará à Braskem o primeiro passo na estratégia de estabelecer operações no maior e mais competitivo mercado consumidor de resinas. Até 2020, queremos estar entre as cinco maiores petroquímicas do mundo ¿ disse o presidente da Braskem, Bernardo Gradin.
Segundo ele, o grupo negocia com pelo menos outras empresas dos EUA ¿ ¿entre quatro e seis¿ ¿ para estender as operações naquele país: ¿ A negociação com a Sunoco foi a que se concretizou primeiro, mas não paramos por aqui.
Segundo Gradin, a operação de compra da Sunoco deve ser concluída nos próximos 60 dias, com o pagamento à vista dos US$ 350 milhões. Carlos Fadiga, vicepresidente de Finanças da companhia, disse que o dinheiro virá do caixa da empresa, que no fim do terceiro trimestre de 2009 tinha US$ 1,7 bilhão ¿ considerando o saldo líquido mais aplicações em dólares. O balanço consolidado da empresa em 2009 só será divulgado em março.
Empresa fará emissão para aumentar seu capital
A estratégia de internacionalização da Braskem envolve projetos em México, Peru e Venezuela.
Com a aquisição da Sunoco, a companhia brasileira acrescentará três plantas de produção de PP ao seu patrimônio, totalizando 29 unidades.
Para a aquisição da Quattor, concluída em 22 de janeiro, a Braskem aumentará seu capital em cerca de R$ 5 bilhões mediante a emissão de 80% de ações ordinárias e 20% preferenciais, pelo preço de R$ 14,40 cada ação. Os acionistas da Braskem terão preferência na subscrição das ações emitidas.
Odebrecht e Petrobras, sócias na nova Braskem, entrarão com R$ 3,5 bilhões no processo.