Título: Paulo Octávio tenta evitar sanções
Autor: Brígido, Carolina
Fonte: O Globo, 20/02/2010, O País, p. 10

Governador pergunta a deputados até quando renúncia pode suspender processos

BRASÍLIA. No mesmo dia em que desistiu de renunciar, o governador em exercício do Distrito Federal Paulo Octávio (DEM) voltou a cogitar que pode deixar o cargo para não sofrer sanções políticas. Anteontem à noite, logo após aprovarem a admissibilidade de três processos de impeachment contra Paulo Octávio, seis deputados distritais foram dar a notícia ao governador, no Palácio Buriti. Surpreendido com a rapidez da decisão da Câmara Legislativa, um abatido Paulo Octávio quis saber qual a data-limite para renunciar e, assim, suspender os processos.

A pergunta ficou sem resposta, já que há na Câmara diferentes interpretações. A tese predominante diz que o prazo para a renúncia, a tempo de interromper o processo, vai até a sessão plenária em que a Câmara decidirá se processa o governador, o que pode demorar 40 dias. Parlamentares que participaram do encontro disseram que o governador ficou contrariado com a rapidez da Câmara em iniciar a tramitação dos processos. Paulo Octávio lembrou que os pedidos contra o governador afastado, José Roberto Arruda, ficaram dois meses e meio na Casa, antes do aval da CCJ.

Ontem, o governador interino se reuniu com os secretários para fazer uma avaliação da crise e tentar tirar o governo local da paralisia em que está. Durante o encontro de 50 minutos, Paulo Octávio falou sobre o cronograma de entrega de obras. Na lista estão a inauguração de uma escola em Planaltina e campos de futebol de grama sintética.

No início do encontro, Paulo Octávio fez o anúncio formal de que se desfiliará do DEM. Quintafeira, ele dissera que se desfiliaria ontem. Paulo Octávio já está sob ameaça de um expulsão do DEM. O governador convocou os 24 deputados distritais para uma reunião hoje. Mas os quatro parlamentares petistas e o deputado Reguffe (PDT) já anunciaram que não comparecerão.

COLABOROU Jailton de Carvalho